Aliados de Alckmin temem delação de ex-secretário
Eles temem que investigação sobre fraudes no Rodoanel leve a citação de caixa dois de tucano
Dizendo-se surpreendidos pela prisão de um ex-secretário de Geraldo Alckmin (PSDB) no governo paulista, aliados do presidenciável falam em temor de delação.
Colaboradores de Alckmin lamentam a má notícia no momento em que o précandidato tenta demonstrar força para fechar alianças e decolar nas pesquisas.
Laurence Casagrande Lourenço, ex-secretário estadual e ex-presidente da Dersa, estatal paulista que administra rodovias, e outros sete servidores foram presos anteontem. Segundo a polícia e o Ministério Público, a Dersa assinou aditivos irregulares nas obras do Rodoanel que trouxeram prejuízo de mais de R$ 600 milhões.
Entre interlocutores de Alckmin condenou-se a forma com que Lourenço foi preso, considerada feroz para constrangê-lo a fazer uma delação ou envolver outras pessoas no esquema investigado. Aliados do presidenciável disseram que à defesa de Lourenço foi negado acesso ao processo mesmo depois da prisão, revelando pressão dos investigadores.
O temor é que venha a se apontar possível abastecimento de caixa dois de campanha com o suposto superfaturamento no Rodoanel.
Até entre alckmistas que rechaçam a hipótese de delação lamenta-se que essa sombra volte a rondar o presidenciável. Há menos de um mês, outro dirigente da Dersa foi solto pela segunda vez sob a ameaça de que poderia delatar. Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, foi posto em liberdade no final de maio, por decisão do Supremo Tribunal Federal.
Souza, é investigado por supostas irregularidades em desapropriações do Rodoanel Sul que teriam gerado prejuízos de R$ 7,7 milhões. Diante do novo revés de Alckmin, aliados se apressaram em reforçar a defesa de que o tucano não enriqueceu na política e não tem envolvimento em esquemas irregulares.