Brasil sofre, mas dá um bico na zebra
Chuveiro, chuveiro, não faça assim comigo... Alô, povão, agora é fé! Teve choro (ou tentativa forçada) e vela, muito sofrimento e reza, mas, na base da marra, nos acréscimos, o Brasil desencantou, fez 2 a 0 na frágil (e eliminada) Costa Rica e está a um empate com a Sérvia para cumprir a obrigação de avançar às oitavas de final!
“Intensidade”, “terço final”, “transgressor”, “transição”, “jogo apoiado”... Nada disso! Toda a pós-modernidade, que estava levando o Brasil a um 0 a 0 trágico contra a Costa Rica, foi deixada de lado na metade final do segundo tempo e entrou em campo a velha tática do chuveirinho. Firmino e Gabriel Jesus, dois centroavantes na área, Neymar aberto de um lado, Douglas Costa de outro, Marcelo e Fagner passando... E dá-lhe bola na área!. E o gol surgiu assim. Marcelo chuveirou na grande área de qualquer jeito, Firmino ganhou da zaga pelo alto na força física, Gabriel Jesus não conseguiu dominar e Philippe Coutinho, de bico, acabou com a angústia, levando Tite, literalmente, ao chão em uma comemoração raiz que ilustra o grau de desespero que tomava conta do banco da seleção brasileira! Porteira aberta, houve tempo de Douglas Costa, que deu outra cara à equipe, deixar Neymar sem goleiro para definir o placar.
Antes, nos 90 minutos regulamentares, a parada foi tensa. Toda de azul (é absolutamente irritante a tara monocromática da caduca e míope dona Fifa), a seleção não andou no primeiro tempo. E a grande chance da etapa, acreditem, foi costariquenha: Celso Borges, livre, leve e solto, chutou à direita de Alisson Acne, que torceu com os olhos. E, à vera, o Brasil sentiu o lance, a pressão e não arrancou sequer grito de “uh”. Quando chegou, Gabriel Jesus foi à rede, mas estava com sabonete líquido, xampu, espuma de banho e hidratante na banheira. Muito foi falado antes de Fagner, mas o corinthiano, que não é o Zé Maria (tampouco um grosso do naipe do Zé Carlos imitador de galo) fez um jogo seguro. A Costa Rica só incomodou nas costas de Marcelo...
Tite, que poderia voltar já com três alterações, mexeu bem e retornou do vestiário com Douglas Costa no lugar de Willian e, em cinco minutos, o Brasil teve bola no travessão de Gabriel Jesus, gol perdido de Neymar, defesaça de Navas... Quando a pressão diminuiu e a Costa Rica voltou a assustar nos contragolpes, Tite acertou de novo e trocou Paulinho pelo atacante Firmino. O Brasil voltou a atacar e Neymar, sozinho, tirou demais de Navas e jogou para fora outra ótima chance. O mesmo Neymar que ganhou uma “penalidade” se atirando de forma ridícula, mas o juiz foi salvo pelo VAR e anulou, corretamente, a marcação.
Quando a Pátria de Chuteiras já estava aos prantos, apareceu o Sobrenatural de Almeida e os gols de Coutinho e Neymar. Que venha o hexa!
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!