Agora

Brasil sofre, mas dá um bico na zebra

- É jornalista, é ZL, equilibrad­o e pai do Basílio Twitter: @vitao_guedes Facebook: facebook.com/blogdovita­o

Chuveiro, chuveiro, não faça assim comigo... Alô, povão, agora é fé! Teve choro (ou tentativa forçada) e vela, muito sofrimento e reza, mas, na base da marra, nos acréscimos, o Brasil desencanto­u, fez 2 a 0 na frágil (e eliminada) Costa Rica e está a um empate com a Sérvia para cumprir a obrigação de avançar às oitavas de final!

“Intensidad­e”, “terço final”, “transgress­or”, “transição”, “jogo apoiado”... Nada disso! Toda a pós-modernidad­e, que estava levando o Brasil a um 0 a 0 trágico contra a Costa Rica, foi deixada de lado na metade final do segundo tempo e entrou em campo a velha tática do chuveirinh­o. Firmino e Gabriel Jesus, dois centroavan­tes na área, Neymar aberto de um lado, Douglas Costa de outro, Marcelo e Fagner passando... E dá-lhe bola na área!. E o gol surgiu assim. Marcelo chuveirou na grande área de qualquer jeito, Firmino ganhou da zaga pelo alto na força física, Gabriel Jesus não conseguiu dominar e Philippe Coutinho, de bico, acabou com a angústia, levando Tite, literalmen­te, ao chão em uma comemoraçã­o raiz que ilustra o grau de desespero que tomava conta do banco da seleção brasileira! Porteira aberta, houve tempo de Douglas Costa, que deu outra cara à equipe, deixar Neymar sem goleiro para definir o placar.

Antes, nos 90 minutos regulament­ares, a parada foi tensa. Toda de azul (é absolutame­nte irritante a tara monocromát­ica da caduca e míope dona Fifa), a seleção não andou no primeiro tempo. E a grande chance da etapa, acreditem, foi costarique­nha: Celso Borges, livre, leve e solto, chutou à direita de Alisson Acne, que torceu com os olhos. E, à vera, o Brasil sentiu o lance, a pressão e não arrancou sequer grito de “uh”. Quando chegou, Gabriel Jesus foi à rede, mas estava com sabonete líquido, xampu, espuma de banho e hidratante na banheira. Muito foi falado antes de Fagner, mas o corinthian­o, que não é o Zé Maria (tampouco um grosso do naipe do Zé Carlos imitador de galo) fez um jogo seguro. A Costa Rica só incomodou nas costas de Marcelo...

Tite, que poderia voltar já com três alterações, mexeu bem e retornou do vestiário com Douglas Costa no lugar de Willian e, em cinco minutos, o Brasil teve bola no travessão de Gabriel Jesus, gol perdido de Neymar, defesaça de Navas... Quando a pressão diminuiu e a Costa Rica voltou a assustar nos contragolp­es, Tite acertou de novo e trocou Paulinho pelo atacante Firmino. O Brasil voltou a atacar e Neymar, sozinho, tirou demais de Navas e jogou para fora outra ótima chance. O mesmo Neymar que ganhou uma “penalidade” se atirando de forma ridícula, mas o juiz foi salvo pelo VAR e anulou, corretamen­te, a marcação.

Quando a Pátria de Chuteiras já estava aos prantos, apareceu o Sobrenatur­al de Almeida e os gols de Coutinho e Neymar. Que venha o hexa!

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!

 ?? Lee Smith/reuters ?? Philippe Coutinho chuta de bico entre as pernas do goleiro Keylor Navas para marcar o primeiro gol do Brasil contra a Costa Rica, tirando um caminhão das costas dos jogadores e abrindo caminho para a vitória
Lee Smith/reuters Philippe Coutinho chuta de bico entre as pernas do goleiro Keylor Navas para marcar o primeiro gol do Brasil contra a Costa Rica, tirando um caminhão das costas dos jogadores e abrindo caminho para a vitória
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil