Pelo telefone
Passados 30 anos de sua criação, pela Constituição de 1988, o Sistema Único de Saúde (SUS) continua a sofrer de uma grave de falta de eficiência. Basta ver o tamanho das filas de espera por consultas, exames e cirurgias, que atormentam a vida dos pacientes.
Muitas vezes, a solução de um problema não depende de um equipamento caro, e algo tão simples como um telefone faz diferença.
É o caso do Telessaúders, que foi tema de uma reportagem publicada no domingo (24) pela Folha de S.paulo. Com esse serviço, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o governo gaúcho e o Ministério da Saúde conseguiram acelerar diagnósticos e tratamentos, diminuindo a quantidade de pessoas na espera.
Funciona assim: se o clínico geral atende alguém num PS e não resolve o caso por falta de conhecimento mais aprofundado, ele pode telefonar para uma central em Porto Alegre.
Feito isso, o médico tem acesso na hora a especialistas de 15 áreas e pode mandar imagens por celular ou computador. Em 90 mil atendimentos do tipo já realizados pelo Telessaúde, 62% foram resolvidos.
Na falta dessa opção, o que normalmente acontece é o usuário do SUS ser encaminhado para exames complementares ou consulta com especialista. Como se sabe, isso pode demorar semanas, quando não meses.
No interior gaúcho, essa nova ferramenta permitiu reduzir a fila de espera em 47%, de 170 mil para 90 mil pessoas.
Claro que isso não acaba com a necessidade de mais profissionais e de melhor estrutura na rede pública, mas mostra que dá para avançar no atendimento sem ter que gastar muito.