Hospital de Mauá cancela cirurgias marcadas
O Hospital Nardini, em Mauá, na Grande São Paulo, está desmarcando as cirurgias que não são de urgência desde o dia 14 deste mês por falta de insumos e problemas com os fornecedores.
A Fundação do ABC, que administra o hospital, diz que isso é resultado da dívida da Prefeitura de Mauá, sob gestão de Alaíde Damo (MDB), com a fundação, que todos os meses deixa de repassar pelo menos R$ 3 milhões do que foi acordado em contrato para garantir o funcionamento do hospital, o único público na cidade.
O valor do repasse deveria ser de R$ 15,2 milhões ao mês, mas desde 2010, quando foi feito o contrato, a FUABC alega que recebe no máximo R$ 12 milhões. A prefeitura também já trocou de secretário de Saúde três vezes desde o ano passado. Mesmo com o cancelamento de cirurgias eletivas para garantir materiais em casos de urgência e emergência, esses também já estão sentindo o problema. “Meu primo está na UTI [Unidade de Terapia Intensiva] com meningite bacteriana e nem está recebendo soro”, contou a técnica de enfermagem Roseli Rossi, 48 anos. A autônoma Thaís Batista, 21 anos, estava com a mãe internada, que teve um AVC. “Até fralda para ela falaram que não tem.”
O tomógrafo quebrou, a empresa que fornecia o serviço recolheu o aparelho para consertar e, por estar sem receber o pagamento há dois meses, não devolveu. Depois de um acordo, pacientes estão sendo levados por ambulâncias a um hospital particular da cidade para realizar o exame e depois retornam ao Nardini.
“Trouxe minha sogra ontem porque ela não está evacuando e ficou internada. Para realizar a colonoscopia, ela precisa fazer uma tomografia antes, mas disseram que o aparelho está quebrado e vão levar ela para outro hospital. É um transtorno para uma senhora de idade”, contou a nora, que preferiu não se identificar.