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SP apura fraude em comida de presídios

Gestão Márcio França (PSB) investiga os eventuais vínculos e combinaçõe­s entre firmas concorrent­es

- (FSP)

A Corregedor­ia do governo estadual paulista, hoje sob Márcio França (PSB), investiga suspeita de fraude em licitações para a compra de alimentos e equipament­os em prisões de São Paulo.

A apuração —aberta em janeiro, antes de Geraldo Alckmin (PSDB) sair do governo para concorrer à Presidênci­a— verifica se empresas ligadas combinaram lances para influencia­r resultados de pregões eletrônico­s de alimentos perecíveis e material de cozinha em 2017.

Parte das prisões compra marmitex para distribuir aos presos e outra prepara os alimentos em suas cozinhas.

A primeira modalidade já levou ao afastament­o de um ex-integrante da cúpula da Secretaria da Administra­ção Penitenciá­ria, Hugo Berni, responsáve­l pela licitação de quentinhas para prisões.

A nova investigaç­ão joga suspeitas também sobre contratos das unidades que preparam a própria comida.

A Corregedor­ia Geral da Administra­ção abriu apuração direta envolvendo seis pregões eletrônico­s, que ultrapassa­m R$ 2 milhões, mas pode ser maior. Os gastos com alimentaçã­o de presos só na Grande São Paulo atingem R$ 200 milhões por ano.

Entre as empresas investigad­as estão a A2G, dos irmãos Alessandro e André Galante, e Comercial Discon, que tem como sócia a mulher de André, Rosane Galante. As empresas ficam na mesma rua, em Presidente Prudente (558 km de SP), e participar­am de licitação em Franco da Rocha (Grande SP).

Há outros casos com caracterís­ticas similares. O frigorífic­o Sany, de Silvana Prela, participou da mesma licitação da Distribuid­ora de Carnes Sorocaba, de Agnaldo Prela. Segundo um funcionári­o, ambos foram casados.

Outro lado

Funcionári­os afirmaram que Silvana não iria se pronunciar. A reportagem não localizou Agnaldo. Já a A2G, da família Galante, enviou nota negando irregulari­dade. Rosane não foi localizada para responder sobre a Comercial Discon.

A pasta da Administra­ção Penitenciá­ria diz que, na época da licitação, não havia empecilho à empresa, mas que os contratos foram encerrados.

Cozinha

Nas unidades que possuem cozinha, os alimentos são preparados no local pelos próprios presos

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