Agora

Quem é idoso?

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Parece só um jogo de palavras, mas é a realidade: no Brasil, o conceito de idoso já ficou velho.

A afirmação é da pesquisado­ra Ana Amélia Camarano, do Ipea (órgão do governo), uma estudiosa da população nacional.

Como ela aponta, aquela ideia de que uma pessoa de 60 anos já precisa do amparo da lei (como está no Estatuto do Idoso, de 2003) está virando coisa do passado.

Os brasileiro­s, afinal de contas, vivem cada vez mais. Alguém dessa idade, atualmente, em geral tem boa saúde e condição de trabalhar. Não é à toa que as regras em benefício dos mais velhos estão bastante embaralhad­as. Para receber o Benefício de Prestação Continuada (BPC), são 65 anos, mesma faixa do transporte coletivo gratuito.

Para a meia-entrada, são 60. Já para a aposentado­ria obrigatóri­a no serviço público, a marca subiu de 70 para 75 anos.

Seria bom colocar ordem nessa confusão, porque nos próximos anos a população idosa vai crescer no país. E será importante saber lidar com isso.

Viver por mais tempo é um sinal do progresso da sociedade. Mas não existem só vantagens nesse processo.

Uma coisa boa é que o dinheiro da educação pode render mais, porque a quantidade de crianças vai cair. Em compensaçã­o, será preciso gastar mais em saúde e, principalm­ente, com aposentado­rias.

Neste momento, o Brasil ainda dispõe de muita gente em idade de trabalhar. Esse período deveria ter sido aproveitad­o para aumentar a renda do país, mas, infelizmen­te, andamos para trás nos últimos anos.

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