Sem Etecs, São Paulo fica em 5º entre públicas no Enem
Escolas técnicas são de responsabilidade do Centro Paula Souza e têm vestibulinho para os estudantes
A média da escolas estaduais de São Paulo no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2017 é a maior do país entre as redes de outros estados, mas só quando os dados levam em conta também as Etec (escolas técnicas), que fazem seleção de alunos. Ao levar em conta só as escolas sob a responsabilidade da secretaria estadual de Educação, a média cai para a 5ª posição do Brasil.
A média paulista sem as Etec é superada por Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Distrito Federal e Paraná.
A reportagem calculou médias por escola no Enem 2017 a partir dos dados brutos e oficiais. Só tiveram média calculadas unidades em que pelo menos metade dos alunos do 3º ano tenham participado.
O método é o mesmo adotado pelo MEC (Ministério da Educação) em divulgações recentes. O governo deixou de divulgar as médias por escola há dois anos.
Esse método já revela a dificuldade da rede paulista em estimular seus alunos a fazer o Enem. Isso já ocorria nos rankings de anos anteriores, mas o número de escolas estaduais que tiveram ao menos 50% dos alunos no Enem foi menor em 2017.
Só 740 das 3.819 escolas estaduais paulistas alcançaram a participação mínima. Elas tiveram nota média de 509,70 na parte objetiva da prova (leva em conta provas de linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza). Na redação, a média foi de 541,61. A média no Enem 2017 considerando todos os participantes foi de 514,65 na objetiva e 558 na redação.
As Etecs selecionam alunos por vestibulinho e não são de responsabilidade da secretaria de Educação, mas do Centro Paula Souza, autarquia ligada à secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. A Secretaria da Educação, sob gestão Márcio França (PSB) diz que o Enem é impróprio para avaliar o desempenho, já que tem participação voluntária de alunos e cita o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) como parâmetro.