Agora

Mamata municipal

-

Não faz muito tempo, no final de maio, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou um pacote de benefícios para os vereadores e os servidores da Casa.

Enquanto as atenções gerais estavam voltadas para a paralisaçã­o dos caminhonei­ros, a turma tratava de criar um auxílio-saúde, um auxílio-alimentaçã­o e um aumento de gratificaç­ões para os funcionári­os mais bem pagos.

Toda essa mamata custaria R$ 44 milhões por ano para os contribuin­tes paulistano­s, numa época em que a prefeitura mal tem dinheiro para cuidar do transporte coletivo e da zeladoria da cidade.

A brincadeir­a só não vai sair tão cara porque o Executivo vetou a alta das gratificaç­ões.

Quando o projeto foi aprovado, o vereador Caio Miranda (PSDB), crítico do texto, disse que muita gente havia votado sem ler.

É o caso de duvidar dessa versão, porque a Câmara resolveu distribuir mais presentes com a grana alheia.

Quem vai se dar bem agora são os servidores do Tribunal de Contas do Município (TCM), que vão ganhar auxílio-saúde, auxílio-alimentaçã­o e reajuste salarial. A conta vai ser de R$ 16 milhões por ano.

A gastança, que teve os votos de 36 dos 55 vereadores, seguiu para a sanção do prefeito Bruno Covas (PSDB). A administra­ção municipal andou brigando com o TCM, que viu problemas em vários projetos do Executivo.

Isso não é motivo, claro, para vetar os benefícios aos servidores. O trabalho do tribunal é mesmo fiscalizar os atos da prefeitura.

O problema verdadeiro é que o órgão já gasta demais com pessoal. No mínimo é preciso discutir se elevar essa despesa é realmente uma prioridade neste momento.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil