Agora

Engenheiro teria sucedido Paulo Preto em fraudes

Engenheiro Pedro da Silva, ex-diretor da Dersa, está preso por desvios em obras de trecho do Rodoanel

- (FSP)

Preso pela Polícia Federal, o engenheiro Pedro da Silva sucedeu Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, na diretoria de engenharia da Dersa não só nos encargos oficiais. Segundo o que a reportagem ouviu de executivos de três empreiteir­as, ele também fazia operações ilícitas com empresas contratada­s pelo governo paulista.

Silva virou alvo da PF em junho sob suspeita de ter recebido recursos desviados da obra do Rodoanel. Auditoria do TCU diz que prejuízos com o superfatur­amento podem chegar a R$ 600 milhões, o que as empresas refutam.

Silva ocupou o cargo de diretor de engenharia da estatal de obras rodoviária­s entre abril de 2010, quando o tucano José Serra, hoje senador, governava o estado, e maio deste ano, na gestão Márcio França (PSB). Esteve na diretoria que cuida de grandes projetos durante todo o governo de Geraldo Alckmin (PSDB), agora précandida­to à Presidênci­a.

Alckmin dizia que havia feito uma operação de limpeza na Dersa ao assumir o governo em 2011, mas os dois executivos mais importante­s da empresa durante o seu governo foram presos em 21 de junho pela PF, na Operação Pedra no Caminho: o ex-presidente Laurence Casagrande Lourenço e o exdiretor Pedro da Silva.

Em decisão de anteontem, a juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Criminal Federal de São Paulo, decretou, a pedido do Ministério Público Federal, a prisão preventiva de Casagrande e Silva. Com isso, não há data para que eles deixem a cadeia.

As principais suspeitas da PF recaem sobre Silva. Uma auditoria feita pelos policiais concluiu que ele movimentou cerca de R$ 50 milhões em cinco anos por meio de quatro empresas.

Silva tinha um estilo bastante diferente do de Paulo Preto, segundo os executivos. Enquanto Paulo Preto era conhecido por ser arrogante e exibicioni­sta, seu sucessor privilegia­va a discrição. Preto também dizia ser próximo do tucano Aloysio Nunes Ferreira, chefe da Casa Civil no governo de Serra e atual ministro das Relações Exteriores. Silva não citava políticos.

O nome de Silva apareceu na delação do operador financeiro Adir Assad, que diz ter gerado mais de R$ 300 milhões em caixa dois para empreiteir­as em obras como o Rodoanel Sul e a reforma da Marginal Tietê, ambas feitas no governo Serra.

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Divulgação O engenheiro Pedro da Silva, durante audiência na Assembleia Legistaliv­a do estado; ele é apontado como sucessor do tucano Paulo Preto em fraudes na Dersa

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