PT vive disputa interna para escolher substituto de Lula
Nos bastidores, quatro nomes são cogitados caso petista não participe da eleição de outubro
A 98 dias do primeiro turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta, em vão, deter uma disputa entre petistas pelo direito de substituí-lo na corrida presidencial, diante do provável impedimento de sua candidatura. Com bilhetes e mensagens, Lula busca manter o controle do partido.
Mas, à espera de uma definição do ex-presidente, potenciais candidatos e apoiadores já deflagraram suas batalhas pelo papel de reserva de Lula. Hoje existem quatro nomes cogitados para incorporar o plano B: o exgovernador Jaques Wagner, o ex-prefeito Fernando Haddad, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro Celso Amorim.
E uma amostra dessa rivalidade aconteceu no dia 8 de junho, data do lançamento oficial da pré-candidatura de Lula, em Contagem (MG). Apontado como preferido de Lula e dos governadores petistas, Wagner era o encarregado de ler uma mensagem enviada pelo ex-presidente.
Sob comando de Gleisi, os organizadores do ato decidiram, porém, montar um jogral para a leitura da carta. Descartada a ideia, a tarefa foi repassada à ex-presidente Dilma Rousseff.
Discreto
No momento da leitura, Wagner já havia deixado o auditório onde se realizava o lançamento. A saída dele foi interpretada como mais um sinal de sua inapetência para a candidatura presidencial, especialmente após a realização de uma operação da Lava Jato em sua casa. Defensores de Wagner afirmam, no entanto, que ele aceitará concorrer se convocado, mas prefere ser discreto até lá.
Enquanto isso, Haddad tenta amenizar resistência interna. Para isso, se associou à maior corrente petista, a CNB (Construindo o Novo Brasil), tem viajado pelo Brasil e se reunido com petistas a pretexto da criação do programa de governo de Lula.
A disputa começou um dia depois da prisão de Lula, no dia 7 de abril. Contrariada com a veiculação de notícia segundo a qual Haddad dividiria com Gleisi a missão de falar em nome do ex-presidente, a senadora fez registrar em resolução do partido que ela foi a porta-voz designada por Lula.
Cada vez mais popular entre os militantes, Gleisi também tem interditado debate interno sobre o plano B, alimentando a suspeita de que busca se viabilizar.
Em meio a essa turbulência, um grupo de dirigentes do PT trabalha pela indicação de Celso Amorim para a execução do plano B.
Oficialmente, porém, o partido mantém o discurso de que Lula será candidato, mesmo preso. O ex-prefeito de SP é o coordenador do programa de governo de Lula, mas seu nome enfrenta resistência na sigla Presidente do PT, assumiu o papel de porta-voz do petista e tem vetado discussões internas sobre plano B Apelidada de ‘plano C’, indicação do ex-chanceler, que não tem experiência eleitoral, é defendida por grupo do partido