Eleitores na mira
Os partidos e os candidatos ainda estão na fase dos ensaios para as eleições deste ano, mas já dá para notar algumas preocupações dos políticos mais tradicionais para a campanha.
Uma delas é a liderança do direitista Jair Bolsonaro (PSL) nas pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é tirado da lista.
Nada garante que Bolsonaro vá continuar com essa bola toda, porque é de um partido pequeno, com pouco tempo de propaganda de TV. Além disso, suas ideias não são das mais claras, e ele tem evitado alguns debates.
De qualquer maneira, todo mundo trata de tentar entender por que o candidato faz tanto sucesso. Um motivo parece ser o jeito franco e sem meias palavras. Ciro Gomes (PDT) segue a mesma linha.
Outro é a preocupação com a violência nas cidades, que vem crescendo nos últimos anos em grande parte do país. Nesse cenário, quem promete combater os bandidos acaba ganhando votos.
Não é à toa, portanto, que o PSDB paulista está se associando ao conhecido apresentador de TV José Luiz Datena, pré-candidato do DEM ao Senado.
O discurso duro de Datena pode atrair o eleitorado mais conservador, ajudando tanto João Doria, candidato tucano ao governo paulista, como o presidenciável Geraldo Alckmin.
Só que o apresentador já detonou o sistema de segurança pública em São Paulo, que para ele está falido.
Foi um tiro no pé para o PSDB, que faz propaganda, com razão, da queda da taxa de homicídios no estado durante seus governos. Agora ficou mais difícil.