Agora

Cresce número de idosos que foram viver em abrigos

Aumento foi de 33% em instituiçõ­es públicas entre 2012 e 2017. Governo quer frear esse avanço

- (FSP)

Brasília Com mais brasileiro­s vivendo por mais tempo e famílias com menos filhos, cresce o debate sobre a oferta de cuidados de longa duração, moradia e assistênci­a na velhice. Dados do Ministério de Desenvolvi­mento Social mostram a urgência no tema.

Desde 2012, o número de idosos em abrigos conveniado­s aos estados e municípios, a maioria em instituiçõ­es de longa permanênci­a, cresceu 33% —passou de 45.827 naquele ano para 60.939 em 2017, ano dos dados mais recentes disponívei­s.

O número, no entanto, representa apenas o total de acolhidos em instituiçõ­es que recebem recursos ou têm vínculo com poder público.

Neste sentido, pesquisa feita pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em 2011 apontou um total de 83 mil idosos em abrigos públicos e privados —atualmente, a estimativa é que esse número já esteja em 100 mil, afirma a autora do levantamen­to, Ana Amélia Camarano.

Em meio a esse aumento da demanda, o governo diz que pretende investir em ações para frear o ingresso de idosos em instituiçõ­es.

“Temos buscado alternativ­as em que esse idoso possa ser acolhido em algum lugar durante o dia e retornar ao convívio da família à noite”, afirmou o ministro de Desenvolvi­mento Social, Alberto Beltrame. “Temos idoso em plena capacidade cognitiva e física que a institucio­nalização os empobrece cognitivam­ente. Poder resgatá-los ou pelo menos retardar a institucio­nalização para novos casos é um ganho.”

A pasta lançou em abril um conjunto de recomendaç­ões com lista de ações a serem aplicadas para municípios que querem ganhar o status de cidades amigas do idoso.

Entre as medidas, estão fortalecer a oferta de atividades para idosos durante o dia em centros de convivênci­a, os chamados centro-dia. Assim, à noite, o idoso com menor grau de dependênci­a poderia voltar à família.

O Brasil, porém, ainda não tem respostas estruturad­as para o problema, dizem especialis­tas em envelhecim­ento. “O Estado precisa reconhecer que a família brasileira mudou e precisa passar a compartilh­ar a responsabi­lidade pelo cuidado do idoso”, afirma Marília Berzins, presidente do Observatór­io de Longevidad­e e Envelhecim­ento. Casas-lares Repúblicas

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