Agora

Absolvição de Gleisi no STF anima réus do petrolão

Criminalis­tas afirmam que julgamento da petista deve impactar parte dos casos que estão no Supremo

- (FSP)

Encoberta pelo ruído provocado pelas ações envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no STF (Supremo Tribunal Federal), uma decisão da Segunda Turma, respaldada pelo voto do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, animou, longe dos holofotes, a defesa de vários réus do petrolão.

O julgamento no STF que absolveu a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), no último dia 20, deve impactar a maioria dos casos que tramitam no tribunal derivados da Operação Lava Jato, segundo seis dos principais criminalis­tas que atuam em inquéritos e ações penais no STF.

Para eles, Fachin e os demais integrante­s da Segunda Turma avançaram sobre temas que até então não estavam muito claros no tribunal ao longo da Lava Jato, entre os quais a necessidad­e de a acusação descrever um ato de ofício vinculado à função pública para caracteriz­ar crime de corrupção.

Em seu voto no julgamento de Gleisi, o relator Edson Fachin pontuou que “é imprescind­ível à configuraç­ão do ilícito que a vantagem indevida solicitada, recebida ou prometida e aceita pelo agente público sirva como contrapres­tação à possibilid­ade de sua atuação viciada no espectro de atribuiçõe­s da função pública que exerce ou que venha a exercer”.

A posição do relator Fachin dá esperança a diversos parlamenta­res que afirmam não ter exercido “atuação viciada” antes ou depois do recebiment­o de recursos do esquema do petrolão.

Os defensores do ex-senador Aécio Neves (PSDB-MG) levantam a suposta ausência de um ato de ofício na acusação de corrupção contra o parlamenta­r por ele ter pedido e recebido R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, da empresa de carnes JBS.

Um dos advogados de Temer, Brian Alves Prado, disse que o julgamento de Gleisi, ainda que tomado em turma por três votos a dois, foi “um aceno sobre a necessidad­e de se demonstrar o efetivo ato de ofício praticado pelo agente público que beneficiou uma empresa”. “A partir da absolvição da senadora, nós temos uma delimitaçã­o do Supremo.”

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Marlene Bergamo - 26.jan.18/folhapress A senadora Gleisi Hoffmann (PT) foi absolvida pelo Supremo no último dia 20 e seu caso deve afetar julgamento­s de outros políticos, como Aécio e Temer
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