Líder involuntário, Lloris vira referência da equipe
Istra Hugo Lloris, 31 anos, estava de férias na Córsega, ilha francesa do mar Mediterrâneo, quando ouviu sobre o atentado terrorista em Nice reivindicado pelo Estado Islâmico, em julho de 2016. Um motorista com nacionalidades francesa e tunisiana havia matado 84 pessoas com um caminhão. “Nice é a minha cidade. Eu tinha de voltar para casa”, disse Lloris. No dia seguinte, ele estava no local do acidente, pagando respeito às vítimas.
Era um senso de dever do capitão da seleção francesa, o líder da equipe nos treinos em Istra e nos jogos desta Copa. O mesmo sentimento de obrigação que faz Lloris usar uma braçadeira que nunca quis. Na sexta, será o primeiro do time a entrar em campo nas quartas de final do torneio, contra o Uruguai.
Se esse papel de referência da seleção passar desapercebido, melhor para o goleiro. Ele não faz o tipo de jogador chamativo. Ainda mais em um elenco que tem as velocidades e a ofensividade de Pogba, Griezmann e Mbappé, todos atletas que fazem gols e são mais extrovertidos.
“Lloris é um goleiro que quase nunca falha”, observou Maradona antes da partida em que os franceses venceram os argentinos.
Jogando bem ou mal (e quase sempre é bem), o francês é uma influência positiva sobre os mais jovens.
O técnico Didier Deschamps já disse que o trabalho de liderança do goleiro não se resume ao tempo em Istra. É permanente. “Não foi escolha minha [usar a braçadeira]. O técnico decidiu. Para mim, é natural. Eu passei por várias coisas na seleção e várias delas não foram fáceis.”