PCC treinava integrantes para montar e usar explosivos
Facção ministrava cursos sobre bombas e planejava criar ‘time’ com bandidos para fazer ataques pelo Brasil, diz o Ministério Público. Denúncia aponta 75 acusados de ser do grupo
Integrantes do PCC, facção criminosa nascida nos presídios paulistas, planejavam a criação de “time” de bandidos para realizar ataques Brasil a fora e, ainda, ministrar cursos a comparsas de como se montam bombas.
Esses são alguns dos planos mencionados pelo Ministério Público paulista em denúncia apresentada anteontem contra 75 suspeitos de integrarem o grupo criminoso e praticarem crimes.
A investigação, segundo a Promotoria, teve início após a apreensão pela Administração Penitenciária de bilhetes que integrantes da cúpula da facção, presos em Presidente Venceslau (611 km de SP), tentavam dispensar pelo vaso sanitário.
Os criminosos não sabiam, porém, que o setor de inteligência do presídio havia colocado redes no esgoto para interceptar os bilhetes com mensagens que deveriam ser levadas para fora do presídio por meio de visitas.
Em uma das mensagens anexadas na denúncia da Promotoria há a menção da formação de um “time” de criminosos escolhidos a dedo para, “quando solicitados”, irem até os estados para “praticar atentados contra agentes públicos”.
“Dessa forma, os criminosos que são radicados no estado onde o atentado foi praticado não participam da execução do crime, mas fornecem todos os dados do alvo”, diz trecho da denúncia.
Com a utilização desse “time”, argumenta o Ministério Público, a facção pretendia eficácia nas ações e, também, dificultar o trabalho de investigação da polícia local.
O documento da Promotoria não deixa claro, porém, se o tal time chegou a ser montado e se ele chegou a participar de alguma das dezenas de mortes atribuída ao grupo nessa investigação.
Outra dado revelado nos documentos apresentados pelo Ministério Pública é do suposto treinamento de integrantes da facção para implantação de bombas. Em um dos bilhetes interceptados diz que alguns “irmãos” estariam vindo para São Paulo para terem aulas de como montar bombas.