Greve dos caminhoneiros pressiona inflação de junho
Desabastecimento fez subir os preços de produtos importantes no orçamento das famílias brasileiras
A greve dos caminhoneiros, que paralisou o Brasil em maio, fez subir a inflação de junho, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados ontem. O IPCA, que é a inflação oficial do país, ficou em 1,26%, na maior alta para o mês de junho desde 1995. Em maio, a inflação havia sido de 0,4%.
A paralisação de caminhoneiros começou dia 21 de maio e durou 11 dias. Bloqueios em estradas levaram ao desabastecimento.
O grupo de alimentos e bebidas teve a maior variação, de 2,03%. O leite longa vida subiu 15,63% e o frango inteiro, 8,02%. A batata-inglesa, que disparou de preço nos centros de distribuição do país, teve alta de 17,16% em junho. Carnes bovinas ficaram 4,60% mais caras .
Habitação (2,48%), transportes (1,58%) e alimentos (2,03%) respondem por cerca de 60% das despesas das famílias. A mobilização de caminhoneiros também teve impacto nos preços de combustíveis. O diesel, como queriam os grevistas, caiu 5,66%, mas gasolina subiu 5% e o etanol, 4,22%.
Outras altas
O gás encanado aumentou 2,37% e o de botijão subiu 4,08%. Esse último teve alta porque houve uma corrida aos revendedores a partir do fim da greve. O IBGE já havia indicado que, apesar de os protestos dos caminhoneiros terem começado em maio, a inflação de junho também seria afetada. Outros segmentos sem relação com a greve dos caminhoneiros também sofreram impactos, como é o caso da energia elétrica, que subiu 7,93% por causa com a adoção da bandeira vermelha 2, que eleva mais a conta.