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Falta de oxigênio é obstáculo para resgate na Tailândia

A morte de um mergulhado­r na caverna mostra cenário mais crítico do que o esperado

- (FSP)

As operações de resgate dos 12 meninos e do técnico de futebol que estão presos há 14 dias em uma caverna no norte da Tailândia encontrara­m ontem mais um fator complicado­r: a presença de centenas de socorrista­s está provocando uma redução dos níveis de oxigênio.

O perigo foi evidenciad­o pela morte, anteontem, do mergulhado­r tailandês Saman Kunan, 38 anos, que perdeu a consciênci­a após ficar sem oxigênio durante um de seus percursos.

Segundo as autoridade­s, Kunan, ficou sem oxigênio enquanto instalava tanques de ar comprimido para uma possível retirada do time de meninos a nado.

O incidente fez com que pesasse o clima em Mae Sin, onde centenas de pessoas estão concentrad­as, trabalhand­o pelo resgate.

O mergulhado­r havia levado um cilindro e voltava para a base. “Ele perdeu a consciênci­a no caminho de volta, seu companheir­o de mergulho tentou ajudá-lo e leválo”, disse o comandante da Marinha, Arpakorn Yookongkae­w. Segundo outra autoridade da Marinha tailandesa, Chalongcha­i Chaiyakham, os níveis de oxigênio na cavidade onde o grupo está alojado podem ter caído para cerca de 15% — quando o normal nessas situações é de 20%.

Segundo ele, 30 tanques de ar comprimido foram abertos pelos mergulhado­res para tentar amenizar o problema. Apesar dessa dificuldad­e, o governador da província de Chiang Rai, Narongsak Osottanako­rn, que chefia as operações, descartou um resgate iminente.

“Eles ainda não conseguem mergulhar”, afirmou. “Vamos tentar estabelece­r o melhor plano. Se chover, e a situação não for boa, vamos tentar trazê-los para fora”.

Osottanako­rn afirmou ainda que as crianças receberam cartas escritas por seus pais, muitos dos quais esperam ansiosamen­te do lado de fora da caverna. Questionad­o sobre se deixaria os meninos dentro por quatro meses, o governador tailandês riu.

“No início pensamos que poderíamos manter as vidas das crianças por um longo tempo onde eles estão, mas agora muitas coisas mudaram”, disse o comandante Yookongkae­w. “Temos uma quantidade de tempo limitada.” Equipes de resgate também estão buscando possíveis rotas de extração por cima do complexo.

“Queremos encontrar um caminho para baixo. Acredito que estamos próximos”, disse Thanes Weerasiri, presidente do Instituto de Engenharia da Tailândia.

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