Agora

Telemarket­ing atormenta quem ainda tem telefone fixo

Clientes reclamam de receber ligações em horários inoportuno­s ou que incomodam durante todo o dia

- Clara cerioni

O brasileiro que não abre mão de ter um telefone fixo em casa precisa lidar todo dia com as inúmeras ligações de telemarket­ing. Seja para oferecer serviços ou fazer cobranças, as chamadas costumam ser em horários inapropria­dos e repetidame­nte.

No primeiro semestre deste ano, o Reclameaqu­i registrou 280 queixas envolvendo o serviço. Em comparação com o mesmo período de 2017, quando houve 240 registros, a alta é de 16%. Se considerad­as ligações para celulares, as reclamaçõe­s somam 662.

Os principais incômodos dos usuários são de vendas de novos pacotes, chamadas gravadas e ligações mudas.

O tradutor Jefferson José Teixeira, 60 anos, recebe, desde abril, chamadas da Vivo no mínimo duas vezes por dia, apesar de não ser cliente da operadora há mais de seis anos. “Eu trabalho de casa e, muitas vezes, penso que é um cliente. Isso desgasta.”

Ele já fez diversas tentativas para acabar com o incômodo, mas nada surtiu efeito. “Coloquei meu telefone no bloqueio do Procon, entrei em contato com a ouvidoria da empresa e acionei a Anatel”, afirma ele.

A aposentada Maria Amélia Lopes, 69, levou mais de um ano para conseguir acabar com as ligações da Net. “Eu usei os serviços da empresa por mais de dez anos, mas quando mudei de operadora, os incômodos começaram. Três vezes por dia meu telefone de casa tocava.”

Para o diretor de fiscalizaç­ão do Procon-sp, Osmário Vasconcelo­s, é preciso mudar a lei. “Essa realidade só vai acabar com novas regras, que devem ser definidas pelo governo federal”, afirma ele.

O Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) também defende atuação federal.

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Robson Ventura/folhapress O tradutor Jefferson José Teixeira, 60 anos, trabalha de casa e afirma receber, todos os dias, duas ligações de telemarket­ing da Vivo, da qual não é cliente

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