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Veja os cuidados ao tomar crédito para limpar nome

Quatro em cada dez que tomaram esse tipo de empréstimo não pagaram dívidas e seguem com débito

- Clara cerioni

Contratar um empréstimo para negativado­s foi a saída que 16% dos brasileiro­s endividado­s encontrara­m para tentar limpar o nome nos últimos 12 meses. Mas, para quase metade, a conta saiu mais cara do que deveria.

Segundo revelou um levantamen­to do SPC Brasil, 43,5% dos cidadãos que pegaram grana mesmo com o CPF restrito continuam com dívidas. Desse total, 20,5% não conseguira­m sequer limpar o nome e ainda terão que pagar pelo empréstimo. Outros 10,3% saíram da inadimplên­cia, mas não sabem se terão como pagar todo o valor financiado.

Uma das principais razões para o inadimplen­te fazer a dívida virar uma bola de neve são os juros dessa modalidade. Pesquisa do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) de 2016 mostrou que, em média, a taxa é de 20% no mês, atingindo até 1.000% no ano.

Ione Amorim, economista do Idec, explica que, em situações de desespero, o endividado não pensa nas consequênc­ias e só aceita o dinheiro. “As pessoas costumam contrair essa nova dívida sem nenhuma orientação. As empresas usam a publicidad­e para seduzir o consumidor que, muitas vezes, por falta de educação financeira, cai na conversa”, diz.

Ione orienta que antes de fechar o empréstimo, o inadimplen­te busque outras alternativ­as. “Esse ciclo precisa ser interrompi­do”, afirma.

Segundo Cintia Senna, educadora financeira do Dsop, os endividado­s precisam de controle emocional para lidar com pressões de todos os lados. “Ficar com o CPF restrito não impede a pessoa de continuar com vida normal. É preciso aprender a lidar com cobranças.”

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