SUS usa linha de produção para aliviar prontos-socorros
Santa Casa e outros hospitais empregam modelo criado pela Toyota para desafogar urgência e emergência
Um dos serviços mais mal avaliados do SUS (Sistema Único de Saúde), unidades de urgências e emergências estão adotando um sistema de gestão, chamado Lean, inspirado na indústria automobilística, para reduzir a superlotação. Em prontossocorros de seis hospitais públicos das cidades de São Paulo, Belo Horizonte (MG), Palmas (TO), Goiânia (GO), Florianópolis (SC) e Fortaleza (CE) onde o sistema foi inicialmente implantado, houve redução do tempo de atendimento em até 50%.
O Lean nas emergências é desenvolvido pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Hospital Sírio-libanês (SP), e atingirá cem hospitais públicos em três anos. A Santa Casa de São Paulo é um deles.
O método, criado na fábrica de carros Toyota, na década de 1940, para aumentar a produtividade e a eficiência, evitando desperdícios, busca organizar fluxos internos.
No SUS, pode ser empregado, por exemplo, na organização de fluxos de pacientes, separando os de maior dos de menor gravidade ainda na sala de espera. Os de baixo risco, após o atendimento inicial são encaminhados para a atenção básica. Já os mais graves, após a assistência inicial, seguem para internação ou realização de exames e procedimentos.
Na Santa Casa, a desorganização respondia por parte da dificuldade na liberação de leitos. Antonio Penteado Mendonça, provedor da instituição, diz que até 2017 a desconexão na área cirúrgica era apavorante. “O médico marcava a cirurgia e esquecia de avisar o cara do exame de imagem. Ou quando fazia isso, esquecia de avisar o anestesista ou ainda não agendava o horário da sala de cirurgia”, conta. A criação de uma central de agendamento cirúrgico foi uma das mudanças. A outra foi estabelecer um horário de alta. O médico demorava horas para oficializá-la.