Jogo da consagração
Vitória na final pode encaminhar croatas ou franceses a levar, além da taça, prêmio de melhor da Copa
Moscou Até o início de junho, não era difícil apostar em quem seria o maior craque da Copa: Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar despontavam. Quando o torneio começou, apareceram Hazard gastando a bola pela Bélgica e Harry Kane como artilheiro do Mundial pela Inglaterra. Todos ficaram pelo caminho.
A final entre França e Croácia fará mais do que coroar o novo campeão. Deve determinar o melhor jogador do torneio. Os candidatos a craque das duas seleções finalistas refletem o que os seus times foram na competição.
A França tinha uma base e chegou com ar de favorita. Descansado e sem jogar nenhuma prorrogação até aqui, o time tem em Griezmann o seu ponto principal de apoio. Não pelos gols, como seria de se esperar. Um dos mais valorizados atacantes do mundo, fez três na Copa. Mas chama a atenção por recuar para atuar como meia e ajudar na recuperação de bolas.
“Anota gols, marca, corre, dá passes decisivos”, rasgou elogios o companheiro de seleção Pogba.
Com gols e assistências, o camisa 7 foi peça-chave nos três últimos jogos da França. “Comecei timidamente a competição. Este é o tipo de jogo [partidas decisivas] que adoro. É o jogo que eleva o nível da pessoa. Estou confiante”, disse Griezmann.
É o mesmo raciocínio de Modric, o camisa 10 croata. Estar na briga para ser o melhor da Copa é uma surpresa quase tão grande quanto a sua seleção chegar à final.
Acostumado a carregar o piano para outros brilharem no Real Madrid, na Croácia ele é o astro. Um craque exausto como a sua seleção, que atravessou as oitavas, quartas e semifinal sempre passando pela prorrogação e em todas as vezes saindo em desvantagem no placar.
Modric é quem mais tempo esteve em campo pela sua seleção: 604 minutos. Foi escalado até mesmo na última rodada da fase de grupos, contra a Islândia, com a Croácia já classificada.
“Quero que meu time ganhe a Copa. O resto está fora do meu controle”, disse o meia croata antes da final.
A vitória de Modric seria o triunfo de uma eficiência que não costuma ser lembrada pela Fifa. Mas se a Croácia for campeã, protagonizando um dos mais improváveis títulos da história do futebol, quem dirá que ele não merece?
“Modric guia o time. É decisivo em aspectos técnicos. É um dos jogadores capazes de vencer o prêmio de melhor jogador”, disse o ex-atacante holandês Marco van Basten, membro da Fifa que ajudará na escolha do melhor jogador. Fato é que a Copa da Rússia chega à final à procura do seu craque.