Bolsonaro desiste do PR, e Ciro inicia ofensiva
Na reta final da costura de alianças para disputar o Planalto, o pré-candidato do PSL, Jair Bolsonaro, desistiu do acordo com o PR e abriu caminho para que seu principal adversário hoje, Ciro Gomes (PDT), iniciasse uma ofensiva pelo partido.
Líder nas pesquisas sem o ex-presidente Lula (PT), com cerca de 20% das intenções de voto, Bolsonaro abriu mão do principal ativo do PR, 45 segundos de tempo de TV, e agora segue com oito segundos, para fazer campanha e tentar se defender dos ataques de seus adversários durante o horário eleitoral.
O capitão reformado tentava atrair o senador Magno Malta (PR-ES) para a vaga de vice de sua chapa, com objetivo de aumentar a interlocução com os evangélicos.
Na semana passada, porém, o senador anunciou que tentaria só sua reeleição e o acordo começou a naufragar. Hoje, Jair Bolsonaro vai anunciar como vice o general Augusto Heleno (PRP), o que agregará mais quatro segundos de televisão ao pré-candidato.
É a primeira vez, desde a redemocratização, que uma chapa formada exclusivamente por militares se lança à sucessão presidencial.
“Quero um cara com responsabilidade do meu lado. Chega desses bananas aí que compõem para ganhar tempo de TV e continuar metendo a mão, roubando o nosso Brasil”, disse Bolsonaro, ontem, em São Paulo.
Avisados, aliados de Ciro Gomes iniciaram uma ofensiva sobre o PR. Segundo aliados, o ex-governador do Ceará, que deve se encontrar com Valdemar ainda nesta semana, oferecerá a vaga de vice ao empresário Josué Alencar (PR-MG), filho do exvice presidente José Alencar.
O cálculo de Ciro é pragmático: ao tentar atrair o PR, poderia provocar um efeito cascata nos outros partidos do chamado centrão, como DEM, PP, Solidariedade e PRB, que ainda estão divididos quanto a quem apoiar na corrida pelo Planalto.