Peixe demite Jair Ventura e busca técnico ‘para ontem’
Desempenho fraco após período para treinamentos leva diretoria alvinegra a interromper trabalho
O empate por 0 a 0 com a Chapecoense, no último domingo, em Santa Catarina, foi a última partida de Jair Ventura à frente do Santos. O fraco desempenho levou a diretoria a interromper o trabalho do treinador de 39 anos, que havia chegado no início da temporada.
“Chega um momento em que temos de tomar uma decisão. Percebemos que o elenco não estava respondendo. Ninguém está culpando o técnico, mas tivemos de optar por outro caminho”, afirmou o presidente José Carlos Peres.
“Percebemos que o time não engrenou. Chegamos à conclusão de que era a hora de fazer a modificação. Já pensávamos nessa possibilidade em função do desempenho”, acrescentou.
Jair quase caiu antes da pausa no calendário para a disputa da Copa do Mundo. Sobreviveu graças a uma vitória sobre o Fluminense, mas as apresentações nos amistosos durante a parada e as atuações no retorno acabaram definindo sua demissão, comunicada ontem.
De acordo com Peres, a decisão foi sua. Ele tirou a responsabilidade de Ricardo Gomes, que assumiu no mês passado o cargo de diretor executivo de futebol.
Se a escolha pela saída de Jair não foi de Ricardo, a decisão do próximo a comandar o Santos passará por ele. O diretor foi incumbido de achar um comandante técnico e recebeu o aviso de que há pressa na definição.
Zé e Abel são favoritos
“O prazo é para ontem”, disse Ricardo Gomes. “Tenho dois nomes, brasileiros. Vale a pena encontrar um treinador com identidade”, explicou, descartando a chegada de um estrangeiro, que, no meio da temporada, não teria um tempo hábil para a melhor adaptação.
Seja qual for o nome, o diretor espera que ele “fique mais tempo” do que o antecessor. Zé Ricardo, de 47 anos, que deixou o Vasco em junho, e Abel Braga, de 65, que saiu do Fluminense também em junho, são os favoritos ao posto.
A obsessão com o “DNA ofensivo” alvinegro não será necessariamente um fator importante na escolha. Essa era uma das críticas a Jair, mas os dirigentes não têm a ilusão do futebol total.
“Sou do tempo romântico, em que todo o mundo jogava no ataque. É difícil falar hoje sobre ter um técnico que seja somente ofensivo”, disse José Carlos Peres.