Efeito Aguirre
Em pouco mais de quatro meses, técnico uruguaio arruma a casa, ganha o elenco e contagia o Tricolor
O São Paulo que está empolgando os seus torcedores. Se antes, com Dorival Júnior, havia muita preocupação. Hoje, o riso é fácil graças ao trabalho do técnico Diego Aguirre. O uruguaio de 52 anos chegou ao Tricolor sob desconfiança, por trabalhos irregulares em Atlético-mg e Inter —além de críticas ao rodízio nas escalações.
Em meio às disputas de mata-mata (foram seis no total), ele demorou um pouco até arrumar casa. A primeira mudança muito clara foi a determinação do time, no melhor estilo uruguaio.
Essa exigência não é apenas nos jogos, pois, nos treinos, a intensidade é a mesma. O São Paulo não deixou de apresentar raça em nenhum dos 22 jogos com Aguirre (11 vitórias, sete empates e quatro derrotas, com aproveitamento de 60,6%).
Não foram todas as partidas com futebol de dar gosto, mas, aos poucos, ele ganhou o elenco. Os jogadores gostam do trabalho e compraram a ideia. Primeiro, o treinador arrumou a defesa. Depois, com a chegada de Everton, ele acertou o ataque e fez Nenê reencontrar seu melhor futebol.
O comandante limou jogadores como Petros, que caiu de rendimento, e Liziero, que chegou a ser titular e perdeu a vaga, até encontrar a dupla de volantes ideal, Jucilei e Hudson. Hoje, qualquer reserva que entra no time, tem jogado à altura.
Em entrevista ao Agora ,no começo de maio, Aguirre foi questionado sobre a falta de qualidade do sistema ofensivo, que não conseguia produzir muito. A resposta foi que, um mês depois, se o bate-papo fosse repetido, os resultados seriam outros. E foram. Desde então, o São Paulo fez 18 gols em dez jogos.
Ainda não se sabe se o uruguaio ficará em 2019. O contrato é até o fim de dezembro e ele é um dos cotados para assumir a seleção celeste.
O que é certo é a permanência até fim da temporada (firmada em contrato), para a alegria da torcida, que, depois de anos de sofrimento, com fantasmas da zona de rebaixamento, voltou a sorrir e vislumbrar chance de título.