Creche volta a ser assaltada e crianças ficam sem aulas
Sem estrutura, escola está fechada; 159 crianças, de até 3 anos, são atendidas diariamente no local
Um dia após ser assaltada e vandalizada, a creche Lucila de Souza Egydio, localizada no Jardim Aeroporto (zona sul de São Paulo), foi atacada novamente ontem de madrugada. As 159 crianças, de zero a três anos, que costumam ser acolhidas diariamente no local, ficaram sem atendimento pelo segundo dia seguido.
Foi o quarto furto em apenas dez dias, de acordo com atualização da direção da unidade, mantida por meio de convênio com a Secretaria Municipal da Educação, da gestão Bruno Covas (PSDB). A polícia havia informado anteontem que, em nove dias, ocorreram dois casos.
“Não aguentamos mais essa situação, está insuportável. Nossos funcionários passaram o dia chorando por tanto desgosto. Arrombaram as portas e vandalizaram tudo”, disse a diretora da creche, Lindalva Maria da Silva.
A escola está às escuras, pois o alvo preferido dos ladrões são os fios elétricos, retirados principalmente por causa do cobre. O material, presente nos fios, pode render, em média, R$ 16 o quilo em ferros-velhos da capital.
No crime de ontem, além dos cabos elétricos, os invasores levaram nove panelas industriais, micro-ondas, liquidificador, lâmpadas, espremedor de frutas, computador, impressora e televisores. Também foram furtadas as lixeiras, sendo os sacos de lixos espalhados por várias partes da creche, e até a tampa do esgoto.
“Queremos ter mais segurança para trabalhar e atender às crianças, que são da nossa própria comunidade. Do jeito que está não pode ficar”, ressaltou Lindalva.
Alvo fácil
Os outros dois crimes ocorreram nos dias 14 e 16. Os casos foram registrados no 27º DP (Campo Belo).
As creches viraram alvo dos criminosos. No mês passado, invasores furtaram aparelhos eletrônicos, merenda e até fraldas da Escola Professora Leila Gallacci Metzer localizada na Vila Sônia (zona oeste). Entre os itens levados estavam TVS, DVDS, computadores, luvas, canecas e talheres. As aulas no local foram suspensas por dois dias.