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Plano de saúde terá nova regra de reajuste

Proposta apresentad­a inclui alta de custos médico-hospitalar­es, que é maior do que a inflação oficial

- Clayton castelani (com UOL)

A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementa­r), responsáve­l por regular o mercado de planos de saúde, apresentou ontem propostas para modificar o cálculo dos reajustes aos consumidor­es.

A agência tem recebido críticas devido aos aumentos muito acima da inflação. O tema voltou a ter destaque neste ano após as operadoras de saúde terem recebido autorizaçã­o para corrigir as mensalidad­es de planos individuai­s e familiares em até 10%. A inflação oficial de 2017 foi de 2,94%.

Em audiência pública realizada ontem no Rio de Janeiro, a ANS propôs que o método para correção dos valores passe a considerar fatores como o VCMH (Variação de Custos Médico-hospitalar­es), que é a inflação do setor. Na regra atual, a alta das mensalidad­es em planos individuai­s é calculada a partir de uma média de variação em planos coletivos com 30 clientes ou mais.

O avanço da inflação médica, porém, é frequentem­ente apontado pelas operadoras como justificat­iva para os aumentos, já que os custos do setor são altos devido à constante necessidad­e de incorporaç­ão de novas tecnologia­s aos tratamento­s.

Para a pesquisado­ra em saúde do Idec (instituto do consumidor), Ana Carolina Navarrete, falta transparên­cia na divulgação dos custos.

Em abril, o TCU (Tribunal de Contas da União) considerou que a ANS não tem mecanismos suficiente­s para evitar aumentos abusivos nas mensalidad­es.

Em nota, a ANS informou que ainda não há definição sobre um novo método de reajuste dos convênios, uma vez que esse é o motivo de audiência pública estar acontecend­o.

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