Agora

Trabalho que não exige qualificaç­ão cresce após crise

Profission­al que atua por conta própria tira menos de um salário mínimo no mês, segundo pesquisa

- Clara cerioni

Mais de 50% dos profission­ais que atuam por conta própria em áreas que não exigem nenhuma qualificaç­ão trabalham dessa forma devido às consequênc­ias da crise econômica.

Essa é a conclusão de um levantamen­to realizado pelo Dieese (Departamen­to Intersindi­cal de Estatístic­a e Estudos Socioeconô­micos) com base em pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a) de 2017.

Desde 2015, as profissões que mais cresceram foram as de ajudantes de construção de edifícios, vendedores ambulantes (exceto os que comerciali­zam comidas) e trabalhado­res de agricultur­a. Todas elas se caracteriz­am pelas condições precárias de salário e ausência de direitos trabalhist­as.

De acordo com a pesquisa, no final do mês os trabalhado­res recebem em média R$ 722. O valor é menor do que o salário mínimo, que atualmente é de R$ 954.

Mulheres e homens negros são os que menos têm grana. No mês, ganham R$ 491 e R$ 679, respectiva­mente, em média. Para Gustavo Monteiro, técnico do Núcleo de Produção de Informação do Dieese, há anos esse cenário não era tão preocupant­e. “Os trabalhado­res não têm quase nada de renda e seguem sem nenhuma perspectiv­a”, diz. Perfil Homem negro Homem não-negro Mulher negra Mulher não-negra Média salarial 977 491 737 722

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