Universitária brasileira é morta a tiros na Nicarágua
Raynéia Gabrielle Lima, 31 anos, teria sido metralhada; aluna de medicina era de Pernambuco
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A estudante de medicina Raynéia Gabrielle Lima, 31 anos, foi morta a tiros na noite de anteontem em Manágua em meio à violência que tomou a Nicarágua, país governado por Daniel Ortega.
O assassinato, divulgado pela imprensa local, foi confirmado pela Embaixada do Brasil na Nicarágua. Estudante da UAM (Universidade Americana), a brasileira teria sido metralhada.
Raynéia era pernambucana de Vitória de Santo Antão e completaria 32 anos em agosto. Em seu perfil nas redes sociais ela se descrevia “Nascida no Brasil, renascida na Nicarágua. Liberdade, luz, paz e amor’.
Ela foi baleada por volta das 23h, quando voltava para casa, segundo o reitor da UAM, Ernesto Medina. Ela estava sozinha no carro, mas seu namorado vinha no veículo de trás.
Atingida com um tiro de grosso calibre no peito, foi levada pelo namorado ao Hospital Militar, mas morreu duas horas mais tarde. O seu carro teria recebido vários disparos.
Medina diz que o bairro onde ela morreu, Lomas de Montserrat, é habitado por altos funcionários do governo. A principal hipótese é de que o disparo tenha vindo de paramilitares que faziam a segurança da região.
“É uma morte incompreensível”, diz o reitor, um dos representantes da sociedade civil na mesa de negociação com o governo Ortega, suspensa no final de junho. “Espero que o governo brasileiro reaja e faça o que tenha de fazer.”
Em comunicado à imprensa, a Polícia Nacional disse que os disparos partiram de um segurança particular em circunstâncias ainda não determinadas.
Não há informação sobre se ele foi preso ou para quem trabalhava.
A estudante de medicina realizava sua residência médica no hospital Carlos Roberto Huembes, que pertence à polícia.
Retorno
O pai da estudante, o motorista Ridevando Lima, disse que ela se mudou há seis anos para a Nicarágua junto com o companheiro, cuja família, brasileira, já havia morado no país. “Ela estava terminando a residência”, disse Lima. “Ela estava pronta para vir pro Brasil.”