Agora

A conta da eleição

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Depois de muitos escândalos, as campanhas eleitorais no Brasil estão ficando mais baratas. O problema é que, para o contribuin­te, a conta está, na verdade, mais salgada.

Um levantamen­to do jornal Folha de S.paulo mostrou que os principais candidatos a presidente pretendem desembolsa­r, juntos, uns R$ 200 milhões neste ano.

É uma dinheirama, mas mesmo assim não chega perto dos cerca de R$ 800 milhões, em valores corrigidos, gastos pelos três primeiros colocados na disputa de 2014.

A eleição passada, é bom lembrar, bateu recorde de despesas, mas as campanhas milionária­s serviam mais para enrolar do que para esclarecer o público.

Além disso, a chapa vitoriosa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) escapou por pouco de uma merecida cassação por abuso de poder econômico.

Nos últimos anos, a Lava Jato desvendou esquemas de desvios de verbas públicas em quantidade­s inéditas, em geral para beneficiar financiado­res de campanhas.

A coisa pegou tão mal que as doações de empresas para as candidatur­as acabaram proibidas.

A resposta do Congresso foi avançar no dinheiro público, criando um fundo de R$ 1,7 bilhão para bancar os pleitos deste ano.

Para piorar, isso vai servir para aumentar o poder dos caciques partidário­s, que decidem como distribuir a grana.

Seria mais inteligent­e fixar um limite máximo para as contribuiç­ões das empresas. Do jeito que ficou, nem dá para garantir que as eleições vão continuar mais baratas: na primeira oportunida­de, os políticos vão tratar de aumentar o novo fundo.

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