Casa própria tem juros elevados
O financiamento imobiliário com recursos da poupança atingiu R$ 25,29 bilhões no primeiro semestre deste ano alta de 23% ante igual período de 2017, informou ontem a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). No período, 98,84 mil imóveis foram financiados, avanço de 19,8% em relação a 2017. Segundo a Abecip, o segmento cresce embalado pelo desempenho positivo da poupança.
O cenário de oferta elevada com demanda ainda em baixa poderia significar que as taxas de juros cobradas pelos bancos cairiam. O presidente da Abecip, Gilberto Duarte de Abreu Filho, afirma que os juros estão hoje em patamares próximos aos do ápice do mercado imobiliário, em 2014. Os preços não caem mais, no entanto, porque a piora nas perspectivas econômicas para o Brasil elevaram as taxas de juros futuros.
Como os empréstimos imobiliários ficam, em média, dez anos nas carteiras dos bancos, as instituições olham para as taxas de longo prazo na hora de compor os juros do financiamento.
“Não vejo os preços caindo até agora, porque as curvas de juros futuros não cedem. Se isso acontecesse, poderíamos, para o próximo ano, ver algo inédito, como taxas abaixo de 8,5%”, diz.
As taxas de juros futuros vinham caindo até março, mas subiram a partir de abril, em meio a incertezas sobre os rumos políticos e econômicos do país, e foram ainda mais pressionadas em maio, com a paralisação dos caminhoneiros.