Agora

Ônibus sem conforto

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Já faz um tempo, pelo menos desde a administra­ção passada, que a Prefeitura de São Paulo fala em ampliar o número de ônibus com ar-condiciona­do e wi-fi.

Na curta gestão de João Doria (PSDB), uma promessa feita em abril do ano passado foi mais longe: oferecer esses serviços aos passageiro­s em toda a frota da capital até 2020.

O andou em coletivos de 11 linhas, em todas as regiões da cidade, e conferiu que a realidade ainda passa bastante longe do que se planeja para uma viagem confortáve­l.

Dos veículos avaliados, sete não contavam com internet sem fio nem climatizaç­ão, tampouco com tomadas para celular (outro adicional que faria parte do pacote de modernizaç­ão).

Na verdade, a maioria tinha problemas bem mais graves, como sujeira no chão e nos assentos. A linha Itaquera-cohab Juscelino, por exemplo, foi testada agora e no ano passado. Quase nada mudou em relação às péssimas condições para os usuários. E, claro, nem sinal de wi-fi ou ar-condiciona­do.

A atual gestão, de Bruno Covas (PSDB), anunciou há alguns dias que, de janeiro de 2017 até agora, 2.000 ônibus novos passaram a fazer parte da frota. Segundo a Prefeitura, todos com os itens de conforto prometidos. Isso dá, porém, pouco mais de 10% do total de 14.429 coletivos em circulação.

Na época em que um secretário de Doria anunciou a intenção de ter todos os veículos equipados com essas comodidade­s até 2020, já havia dúvidas se a meta seria mesmo viável, por causa dos altos custos.

Pelo que se vê, antes de pensar em colocar tudo isso à disposição dos passageiro­s, é preciso cobrar das empresas o básico, que é pôr nas ruas ônibus limpos e bem conservado­s.

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