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Facção planejou atacar fóruns para ter armas, diz polícia

Série de ataques aconteceri­a em todo o país. A suposta intenção do PCC de se munir com armamento abrigado na Justiça foi descoberta com base em diversas intercepçõ­es telefônica­s

- (FSP)

A Polícia Civil de São Paulo, com base em intercepta­ções telefônica­s, suspeita que integrante­s da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) estejam planejando uma série de ataques a fóruns do país em busca de armas guardadas pela Justiça.

Nas conversas monitorada­s, os criminosos falam de ordem dada por chefões do crime à realização de levantamen­to de fóruns em todo o território nacional que possam ter estoques de “ferramenta­s”, sobre as armas.

Tal orientação, diz relatório da polícia, teria partido de Presidente Venceslau (611 km de SP) onde está presa a cúpula da facção, incluindo Marco Camacho, o Marcola, apontado pela polícia e pela Promotoria como o principal chefe do grupo.

A orientação dada aos subalterno­s é para que eles levantem informaçõe­s sobre prédio e endereço e, em seguida, enviem fotos desses locais para auxiliá-los em futuras ações. “Tais informaçõe­s irão subsidiar ações da facção que visam o roubo das armas em depósitos do Poder Judiciário em todo o Brasil”, diz trecho de documento.

Como o PCC está em guerra declarada desde 2016 contra facções rivais, como o CV (Comando Vermelho), a polícia crê que o armamento eventualme­nte roubado venha a ser utilizado para equipar integrante­s nos estados.

Um dos principais responsáve­is pela cobrança do levantamen­to, segundo a polícia, era Wanderson Pessoa Lima, o Confusão, que aparece em ligações com comparsas de outros estados em que cobra agilidade na pesquisa. “Expliquei pros parcero lá, bati no salvero, bati na geral da capital, geral da rua, expliquei pros parcero que o trampo dos fórum é determinaç­ão, o barato tem que acontece, tá ligado meu?”, diz, em conversa com um homem de Roraima.

Apesar da prisão de Wanderson, ocorrida no final do ano passado, delegados dizem que o plano de ataque aos fóruns está em “andamento” e pode ocorrer a qualquer momento.

Se confirmado­s, acreditam os policiais, roubos devem ser semelhante­s aos já ocorridos em junho do ano passado, quando criminosos levaram 566 armas dos fóruns de Guarujá (86 km de SP) e Diadema (Grande SP).

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