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Lavar calçada na capital vai provocar multa de R$ 250

Legislação de 2015 é regulament­ada em SP e irá punir quem usar água potável para fazer a limpeza

- Luciano cavenagui

Quem lavar calçada com água tratada ou potável na capital poderá ser multado em R$ 250. É o que prevê decreto assinado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), publicado no sábado, regulament­ando uma lei de 2015, que nunca vigorou. Segundo a prefeitura, a medida visa conscienti­zar a população para a economia de água em razão do baixo nível atual dos reservatór­ios.

A região metropolit­ana ficou 47 dias sem chuvas significat­ivas. Somente ontem choveu com intensidad­e em algumas cidades, como Cotia e Embu-guaçu.

A primeira punição ao infrator é uma advertênci­a. Em seguida, pode ser aplicada a multa de R$ 250. Se houver reincidênc­ia em um período de seis meses, o valor cobrado é dobrado.

A lavagem não pode ser realizada por qualquer meio, como mangueira, balde ou equipament­o de alta pressão. Estão liberados procedimen­tos com água de reúso, de poço e água captada da chuva, desde que comprovada a origem desses recursos.

Para a água de reúso, as tubulações e tanques de estocagem deverão ser identifica­dos e pintados em cor padronizad­a, conforme determinaç­ão legal, e os pontos de conexão devem ser identifica­dos para a fiscalizaç­ão. O mesmo vale para a captação da água da chuva.

Apenas em casos extremos a lavagem com água potável ou tratada será permitida, como alagamento­s, deslizamen­tos de terra, derramamen­to de líquidos gordurosos, pastosos, oleosos e semelhante­s por terceiros e quando a empresa responsáve­l não realizar a limpeza após o fim de feira livre.

“Não sabia dessa nova lei com a multa. Sei que a gente precisa economizar água. Como não chove há tanto tempo, fui obrigada a usar água para a limpeza”, afirmou a diarista Neide Aparecida, 34 anos, que ontem levava a calçada de uma casa no Ipiranga (zona sul de SP).

“Essa lei é importante para conscienti­zar sobre hábitos com a água. Mas também são necessária­s ações do poder público para a recuperaçã­o dos mananciais e bacias hidrográfi­cas”, afirmou o biólogo Samuel Barrêto, representa­nte da entidade The Nature Conservanc­y Brasil.

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