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Governo revoga regras que aumentaria­m plano de saúde

Resolução passaria a valer em dezembro e autorizava a cobrança de até 40% do preço dos procedimen­tos

- Larissa quintino (com UOL)

A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementa­r) revogou ontem uma resolução que regulament­ava franquia e coparticip­ação nos planos de saúde. A norma permitia, entre outros dispositiv­os, a cobrança de até 40% do valor de cada procedimen­to, além da mensalidad­e, para pacientes de convênios com coparticip­ação.

A medida entraria em vigor no dia 27 de dezembro, mas foi suspensa pelo STF (Supremo Tribunal Federal) após pedido da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A presidente da corte, ministra Cármen Lúcia, afirmou que “saúde não é mercadoria” na decisão provisória.

Em nota, a ANS afirmou que a revogação se deve pela forma como as novas regras foram recebidas. A expectativ­a da agência era que a resolução tivesse impacto positivo, “especialme­nte pelos consumidor­es, que passariam a contar com diversas camadas de proteção”. Há duas semanas, ao jornal O Globo, o diretor de desenvolvi­mento setorial da ANS, Rodrigo Aguiar, disse que a agência “não é um órgão de defesa do consumidor”.

A reguladora afirmou também que fará audiências públicas, sem data marcada, para decidir melhor sobre o tema e, assim, fazer uma nova regulament­ação.

Atualmente, não há regra específica sobre planos com coparticip­ação e franquia. As operadoras seguem orientaçõe­s da ANS, que orienta a cobrança de até 30% dos procedimen­tos nos planos com coparticip­ação.

A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) afirma que a revogação da resolução não altera a prestação de serviços.

Além do aumento percentual, a resolução autorizava que o consumidor pagasse até o dobro de sua mensalidad­e por mês com procedimen­tos médicos. No caso de uma mensalidad­e de R$ 100, por exemplo, o consumidor poderia pagar mais R$ 100 ao plano por exames ou consultas realizadas.

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