Primeiro mundo dá lição de competência
O insano calendário do futebol brasileiro, com torneios de janeiro a dezembro, limita os clubes de capitalizar no exterior, como fazem os ricos europeus, com partidas amistosas e torneios caça-níqueis. Sem falar no quão difícil é, para maioria dos jogadores da elite, suportar tamanha maratona, sem descanso ideal, e ainda sofrer a cobrança excessiva da torcida.
Aí, você liga a TV na ressaca pós-copa e vê as potências do planeta bola em um processo de mercantilização que ajuda a entender por que a Europa tem elencos milionários, as ligas são poderosas e os estádios, confortáveis, enquanto o terceiro mundo está cada vez mais se apequenando.
Antes do início da temporada 2018/19, 18 ricaços, todos europeus, estão disputando a Copa Internacional dos Campeões, pela primeira vez só com clubes do Velho Continente. Além de engordar os cofres com o patrocínio exclusivo de uma cervejaria, três deles levaram a sua marca para Cingapura e 14 viajaram para os Estados Unidos. Apenas um ficou na Europa.
Sem a maioria dos craques que disputaram a Copa, os técnicos estão testando atletas do segundo escalação, reforços que não estiveram na Rússia e jovens da base. Exemplo disso foi a apresentação do Barcelona contra o Tottenham-ing na Califórnia. Garotos de La Masia, o centro de criação de jovens, puderam estrear no time principal em uma preparação de alto nível. Em comparação ao Brasil, alguns até participaram da prétemporada com os profissionais. Porém, uma coisa é jogo-treino contra time da terceira divisão, sem público e no centro de treinamento. Outra é encarar Bayern de Munique, Juventus e Real Madrid.