Novo chefe de Neymar regula até a comida
Metódico, o alemão Thomas Tuchel usa também filosofia e outros esportes para aprimorar métodos
Após temporada conturbada sob o comando de Unai Emery com rusgas entre atletas e uma eliminação precoce na Liga dos Campeões, o Paris Saint-germain espera iniciar com seu novo técnico, o alemão Thomas Tuchel, 44 anos, uma era mais tranquila e positiva para o clube.
A começar pelo jogo contra o Monaco, às 9h (de Brasília), pela Supercopa da França, na China, que marca a estreia de Tuchel em partidas oficiais pela equipe francesa.
Sem sucesso como jogador —uma lesão no joelho o forçou a abandonar a carreira nas divisões de baixo da Alemanha aos 25 anos—, Thomas Tuchel começou a trabalhar como técnico na base do pequeno Mainz e o sucesso o levou ao Borussia Dortmund, de onde saiu para o PSG.
Seu estilo é comedido e racional. No campo técnico, é metódico e gosta de incorporar conhecimentos de outras áreas e esportes para aumentar a qualidade dos treinos e dos atletas.
“Ele é muito detalhista, gosta de ter tudo muito controlado. Organiza cada milímetro do campo durante o treino”, contou o lateral Júnior Díaz, que trabalhou com o comandante no Mainz. “[Tuchel] Me ajudou a melhorar o salto para cabecear. Usou como exemplo o gesto técnico dos atletas de salto em altura”, disse.
Certa vez, entregou ao armênio Henrikh Mkhitaryan, em uma pré-temporada do Borussia Dortmund, o livro “O Jogo Interior do Tênis”, considerado uma espécie de Bíblia por muitos tenistas. Mkhitaryan explodiu no Borussia, registrando 23 gols e 32 assistências em 2015/16.
Filosofia e o entendimento de como a matemática pode influenciar no futebol são outros aspectos que Thomas Tuchel gosta de se debruçar.
Admirador do amigo Pep Guardiola, o alemão carrega uma semelhança em relação ao espanhol: a alimentação dos atletas. Vegetariano, Tuchel controla a alimentação dos jogadores. Na Alemanha, por exemplo, cortou massas das refeições da equipe. Em Paris, segundo o jornal L’equipe, já fez uma ronda por bares e restaurantes para conhecer onde seus novos comandados costumam comer.
No PSG, ele terá a missão de recuperar Neymar. “Ele sabe lidar com grandes vitórias, também com derrotas. É sempre um grande desafio recuperar-se, e eu vou ajudá-lo com isso”, disse.