Alckmin pede ordem sem ódio, em crítica a Bolsonaro
Lançado candidato a presidente, o tucano também mirou o PT, ao comentar índices altos de desemprego
Oficializado ontem candidato a presidente, Geraldo Alckmin (PSDB) criticou o adversário Jair Bolsonaro (PSL), sem citá-lo nominalmente, em discurso contra o ódio.
“Precisamos da ordem democrática, que não exclui, não busca resolver tudo na pancadaria nem usa ódio como combustível da manipulação eleitoral”, disse, na convenção do PSDB.
Simpático à ditadura militar (1964-1985), Bolsonaro, que é capitão reformado do Exército, vem insuflando um discurso duro como forma de resolver a crise nacional.
“Na América Latina, vemos em que degeneraram regimes de quem promete murro na mesa. Gente assim quer ditadura e a implanta quando chega ao poder. Ditadura que degenera em anarquia”, atacou Alckmin.
O tucano disputa vaga no segundo turno com Bolsonaro e tem de recuperar votos da centro-direita. A indicação da senadora Ana Amélia (PP-RS) como vice, na última quinta, após negociação com partidos tidos como centrão (DEM, PP, PR, PRB e SD), desmontou o palanque de Bolsonaro no Rio Grande do Sul e azeitou relação com o agronegócio. “No primeiro mandato, Ana fez mais do que muitos que fingem há décadas não serem políticos”, alfinetou Alckmin.
O tucano ironizou sua fama de sem sal: “Alguns dizem que não sou candidato com dose necessária de pimenta. Mas não é eleição para candidato. É para presidente”.
Alckmin ainda atacou o PT, em trecho antecipado pela reportagem. “Foram bravatas e radicalismo que criaram a coincidência: 13, o número do partido, e 13 milhões de famílias brasileiras atiradas ao desemprego”, disse.