Brasucas dão lucro a pequenos europeus
A venda de Malcom nesta janela é emblemática. O excorintiano de 21 anos saiu do Bordeaux para o Barcelona por R$ 180,5 milhões.
O atacante fora vendido pelo Corinthians à equipe francesa em 2016, aos 18 anos, por R$ 22,8 milhões —valores corrigidos pela inflação. Os franceses acabaram embolsando 683% em relação ao que pagaram.
Isso é retrato de fenômeno recente entre jogadores brasileiros. Vendidos jovens para clubes menores da Europa, são repassados para potências por preços bem maiores.
O goleiro Alisson, 25 anos, chegou ao Liverpool por R$ 263,42 milhões pagos à Roma, que o tirou do Inter, em 2006, por R$ 35,9 milhões.
“O primeiro negócio [ida à Europa] é a conta de uma expectativa. Quando o jogador está na Europa, mostrando do que é capaz, vale mais”, diz Giuliano Bertolucci, empresário de jogadores como Willian, do Chelsea.
A chegada do volante Fred ao Manchester United é outro sinal de que são os europeus, e não os brasileiros, que lucram: o Shakhtar Donetsk pagou R$ 68 milhões ao Inter, em 2013, e faturou R$ 259,1 milhões, 269% sobre o que desembolsou.
O time ucraniano é um dos que mais se aproveitam para levar jovens talentos a preços baixos. Nesta janela, tirou Maycon, 21 anos, Fernando, 19, e Marquinhos Cipriano, 19, do Trio de Ferro.