Alckmin x Bolsonaro
Formalizado como candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin movimentou bem suas peças no jogo político. Obteve acordo com o grupo de partidos apelidado de centrão e definiu um nome para vice em sua chapa: a senadora Ana Amélia, do PP gaúcho.
Os lances do ex-governador de São Paulo vão na direção do eleitorado mais conservador, que rejeita o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Alckmin procura se mostrar como uma opção mais sólida para esses votantes. Hoje, pelas pesquisas de opinião, é Jair Bolsonaro, do PSL, quem tem mais intenções de voto nesse grupo da população.
O tucano pode mostrar que seu adversário é de um partido pequeno, sem apoios importantes, que teria muita dificuldade para governar o país.
Além disso, Bolsonaro costuma dar declarações no mínimo infelizes, que desagradam a muita gente.
A vice de Alckmin pode ajudar a atrair eleitores antipetistas. Ela é conhecida pelas críticas ao PT e tem laços com o setor rural.
Mas, se os entendimentos do ex-governador com o centrão têm a vantagem de garantir mais tempo de TV para a campanha, por outro lado criam um problema para a imagem da chapa.
Os partidos do bloco, conhecidos por apoiar governos em troca de verbas e cargos, merecem a péssima fama que têm. O PP da candidata a vice está enrolado até o pescoço na Lava Jato.
O próprio PSDB, é bom lembrar, também coleciona muitos escândalos, boa parte deles em São Paulo.
Com tudo isso, Alckmin vai precisar de muita lábia para atrair os eleitores que estão cansados dos malfeitos. E esse não é um forte dele.