PSB oficializa neutralidade nas eleições presidenciais
O PSB oficializou ontem posição de neutralidade na corrida presidencial deste ano. A decisão, tomada em congresso nacional em Brasília, faz parte de um acordo selado com o PT.
A convenção foi marcada por gritaria e protestos de membros do partido.
Pelo acordo fechado entre PSB e PT, os socialistas não darão apoio a nenhum dos candidatos à Presidência. A decisão inviabilizou a ofensiva de Ciro Gomes (PDT), tido como principal adversário do PT na disputa da esquerda.
No acerto, o PT aceitou retirar a candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco, o que pode facilitar a campanha do socialista Paulo Câmara. Em troca, o PSB retirou, em Minas Gerais, a candidatura ao governo do ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda.
Lacerda não aceitou a decisão nacional, e a convenção regional, que tentou lançá-lo à revelia da direção do partido, foi invalidada na Justiça e terminou em briga.
Ontem, apesar da insatisfação de dissidentes, que buscavam apoiar Ciro Gomes, a neutralidade foi oficializada em votação simbólica.
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, argumentou que a decisão não elimina a atuação do partido, já que o candidato do PT, o ex-presidente Lula, está preso, e o segundo lugar nas pesquisas é Jair Bolsonaro (PSL). “Seria um absurdo se ficássemos neutros diante do atual cenário político e eleitoral.”
A deliberação não impede o apoio de lideranças regionais do PSB a presidenciáveis. Siqueira diz que serão aceitas alianças nos estados, até com Ciro Gomes. Com Bolsonaro, não.