Idas e vindas de Lula
Está ficando difícil acompanhar a batalha jurídica do PT para levar adiante a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto, apesar da Lei da Ficha Limpa.
Na segunda (6), os advogados do líder petista, que está preso em Curitiba, retiraram do Supremo Tribunal Federal um pedido de soltura que estava prestes a ser julgado.
Não é que Lula, de repente, tenha se conformado com sua situação e desistido de recuperar a liberdade. A medida foi tomada porque seus defensores perceberam que corriam riscos no plenário do tribunal.
O relator do processo na corte, ministro Edson Fachin, pediu que o caso fosse incluído logo na pauta e sugeriu que também fosse analisada a possibilidade de o ex-presidente participar da eleição.
A Lei da Ficha Limpa impede que condenados em segunda instância disputem eleições. Lula está nessa situação desde janeiro, quando o Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirmou a sentença do juiz Sergio Moro que o puniu por corrupção e lavagem de dinheiro.
Do modo como as coisas estavam encaminhadas no Supremo, havia a chance de Lula ser declarado inelegível antes mesmo que o PT registrasse sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral.
O plano do partido é fingir que seu grande líder será o candidato enquanto for possível. Mas, com o ex-prefeito Fernando Haddad indicado vice da chapa, ficou claro que o plano B já está definido.
Se vai dar certo ou não, é outra história. Neste momento, o único efeito desse teatro atrapalhado é tirar o PT dos debates da campanha. Quem sai perdendo é o eleitor.