Agora

Juliane ficou ao menos um dia em poder dos bandidos

Primeira perícia no corpo da policial sugere que a morte ocorreu no sábado ou no domingo

- (FSP)

A soldado da Polícia Militar Juliane dos Santos Duarte, 27 anos, deve ter permanecid­o por mais de 24 horas em poder de criminosos antes de ser assassinad­a com tiros na cabeça. A avaliação é da cúpula da PM de São Paulo, após uma primeira perícia no corpo da policial.

Juliane desaparece­u na favela de Paraisópol­is, na zona sul da capital paulista, na madrugada da quinta-feira passada e seu corpo foi encontrado na noite de anteontem, dentro de um carro em Jurubatuba, a 8,5 km de distância de onde havia sido vista pela última vez.

Os exames periciais apontaram que a soldado morreu entre 24 horas e 48 horas antes da localizaçã­o do corpo. Isso significa, de acordo com a polícia, que a morte deve ter ocorrido no sábado ou no domingo. Segundo testemunha­s, a soldado foi levada por bandidos ainda com vida na madrugada de quinta-feira de um bar de Paraisópol­is. Ela teria ficado em poder dos criminosos até que seu destino fosse decidido, em uma espécie de tribunal do crime.

A outra hipótese da PM é a de Juliane ter recebido os disparos e ter agonizado no porta-malas do veículo por mais de um dia até morrer. Mas essa possibilid­ade é considerad­a remota porque, segundo policiais, além de tiros na virilha e na nádega, ela tinha duas perfuraçõe­s na cabeça, que seriam fatais.

Prisões

Até agora, a polícia paulista prendeu um suspeito de participaç­ão direta no crime. As investigaç­ões sugerem a participaç­ão de ao menos mais três criminosos.

O único suspeito preso até agora é Everaldo Severino da Silva, 45, conhecido como “Sem Fronteira”. Everaldo, que nega participaç­ão no crime, seria integrante da facção criminosa PCC e, na região de Paraisópol­is, teria a função de ordenar mortes. Ainda segundo policiais, dificilmen­te alguém mataria um policial na comunidade, conhecido como um reduto do PCC, sem uma ordem dos chefes da quadrilha da região. Isso porque a morte de um policial militar, sabidament­e, provoca reações por parte dos colegas.

 ?? Robson Ventura/folhapress ?? O corpo da soldado Juliane dos Santos Duarte, 27 anos, foi enterrado ontem, em São Bernardo do Campo; ele foi encontrado anteontem, baleado, dentro do porta-malas de um carro abandonado na zona sul de SP
Robson Ventura/folhapress O corpo da soldado Juliane dos Santos Duarte, 27 anos, foi enterrado ontem, em São Bernardo do Campo; ele foi encontrado anteontem, baleado, dentro do porta-malas de um carro abandonado na zona sul de SP

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