Agora

Placa de viidro abre discórdia entre USP e gestão Covas

Prefeitura diz que não cabe a ela fazer obras. Universida­de diz que doadoras devem atuar no local

- (FSP)

O modelo de muro com placas de vidro foi anunciado em julho de 2017. A construção foi feita por meio de doação de empresas à USP, sob intermedia­ção do então prefeito e atual candidato ao governo, João Doria (PSDB).

A negociação para a construção do muro não dispõe de um contrato entre as companhias e a universida­de, só um termo de doação, o que dá margem ao atual limbo em que se encontra a execução dos serviços.

Para a gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB), apesar de a obra ter sido desenhada sob os moldes das doações de empresas à prefeitura, praticadas desde o início da administra­ção Doria, não cabe à gestão fazer intervençõ­es por não se tratar de uma obra da administra­ção.

Por outro lado, a universida­de afirma que, até a obra ser entregue, qualquer intervençã­o é de responsabi­lidade das 44 empresas que aceitaram participar das doações, inclusive, a substituiç­ão de ao menos as cerca de 20 placas de vidros quebradas de forma misteriosa nos últimos quatro meses.

A USP diz que ainda não está definido quem irá pagar a conta da a manutenção do muro após o fim da obra —o muro tem 1.222 placas, e cada uma custa R$ 4.000.

Diante de grave crise financeira, a universida­de terá dificuldad­e com esses custos.

Com 96 mil alunos e orçamento de cerca de R$ 5 bilhões por ano, a USP tem quase todo recurso onerado pela folha de pagamento. A universida­de fez planos de demissão voluntária, congelou contrataçõ­es e obras, e o Hospital Universitá­rio teve de reduzir os atendiment­os.

Mesmo assim, a definição a respeito da manutenção do muro deve ser decidida em breve, já que resta pouco a ser feito na obra —já recebeu as últimas placas.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil