“Santos não cai”
Cuca afirma que vai conseguir encontrar o melhor time e vê o Peixe com forças para crescer no Nacional
Aos 55 anos, com títulos de peso e trabalhos reconhecidos na bagagem, Cuca retornou ao Santos com uma certeza: a de que vai por fim na fase nebulosa do Peixe, sem vencer há oito jogos e na zona da degola. “Podem ter uma certeza: o Santos não cai”, avisou o treinador.
A tarefa para afastar a equipe da zona do rebaixamento terá mais um capítulo hoje, às 19h30, quando o alvinegro praiano visita o Ceará em jogo adiantado da 20ª rodada do Brasileirão.
Em papo com a reportagem, Cuca ainda defendeu treinadores veteranos e disse ser capaz de recuperar Gabigol. Veja abaixo os principais trechos da entrevista. A sua segunda passagem pelo Santos começa com a decisão de morar no CT do clube, assim como fez no Atlético-mg. Por que? Cuca Foi assim que vivi no Atlético-mg e pretendo que seja no Santos para sairmos dessa condição ruim na tabela. Precisamos arrancar e recuperar a confiança.
Você já consegue falar, então, que o Santos não cai? Cuca Podem ter uma certeza: o Santos não cai. Vamos ainda tentar dar um ‘up’, conseguir uma posição mais acima na classificação.
De onde vem essa certeza? Cuca Quando vim pela primeira para o Santos [em 2008] eu aprendi muito. Não viria mais naquela condição. Perdi uma semifinal [de Copa do Brasil] e no outro dia estava aqui após dois anos no Botafogo. Chamava os jogadores de Diguinho, Lúcio Flavio, Túlio, Juninho... não dei um tempo para dar uma absorvida. Agora, saí do Palmeiras e me reciclei. Estou inteirão para trabalhar.
E o que compreendeu da fase tão ruim do Santos? Cuca Nessa primeira semana estou tentando entender ao máximo os jogadores, quem eles são. Você vê pela televisão, mas não conhece o dia a dia. Quero julgar por mim, ver os que não atuaram e saber o que podem me dar, para daqui um tempo poder escalar o time ideal.
Você foi o responsável pela guinada na carreira do Gabriel Jesus. E agora, já sabe o que fará com o Gabigol? Cuca A minha meta não é chegar e ouvir: ‘foi o Cuca que colocou o Gabriel no banco’. A meta que tenho é de fazer o Gabriel jogar o que já jogou. Lógico que se não conseguir é um outro departamento, mas é um jogador que foi selecionável ontem. Como que hoje desaprendeu? Acho que o primeiro passo com o Gabriel é entendermos o posicionamento dele e ele, também. Vamos procurar o posicionamento ideal.
Se considera um técnico da nova ou velha geração? Cuca Acho que fico no meio, não sou veterano e não sou mais um aspirante.
O que pensa da fama de ultrapassado dos mais velhos? Cuca Acho que os novos vão ter que aprender que há um caminho a se percorrer. E todo caminho é longo e árduo. Ele tem ensinamentos de tropeços, derrotas. Se não, seria fácil ser treinador. Falar que um treinador é ultrapassado? Acho pesado. Se for olhar para os trabalhos do Felipão e do Vanderlei [Luxemburgo], por exemplo, vão ter os mesmos resultados dos jovens que buscam espaço. Hoje tudo é informatizado, feito com equipes. Ninguém faz nada sozinho. Quem faz isso acaba ficando para trás. Às vezes é bom ter um pouco do passado na raiz da gente, ajuda muito.
Você pediu reforços? Cuca Temos que esperar. Não adianta chegar no lugar trazer três ou quatro e depois descobrir que tinha no elenco melhores opções.
Você já foi chamado de professor pardal, usou o Cucabol. Crê que amadureceu? Cuca Você tem que respeitar o DNA de cada equipe, isso o tempo nos ensina. Cada time tem um jeito. Eu aquela vez aqui no Santos não sabia que jogavam na zaga com um camisa 2 e um 6, queriam me pegar porque coloquei os números para os laterais, mas eu não sabia, não foi maldade. Eu respeito muito o DNA de cada equipe.