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CBF não pede restituiçã­o de desvios cometidos por Marin

Ex-presidente da entidade está preso nos EUA acusado de receber propina em um escândalo da Fifa

- (FSP)

A CBF (Confederaç­ão Brasileira de Futebol) não pediu restituiçã­o dos valores que teriam sido desviados pelo ex-presidente José Maria Marin no caso Fifagate, o grande escândalo de corrupção envolvendo a maior entidade do futebol mundial.

Pelo cronograma da Justiça de Nova York, a CBF tinha até a última segunda-feira para submeter um documento dizendo ser vítima dos crimes cometidos por Marin, cuja sentença será publicada dia 22. A corte nova-iorquina, porém, não recebeu nenhuma solicitaçã­o da entidade.

Fifa, Concacaf (confederaç­ão das Américas Central e do Norte) e Conmebol (confederaç­ão sul-americana) oficializa­ram pedidos para receber restituiçõ­es por desvios de seus dirigentes que foram apontados na investigaç­ão.

Na solicitaçã­o mais antiga, três ex-funcionári­os da Traffic Sports USA requisitar­am, em 2017, restituiçã­o dos crimes cometidos pelo então presidente da empresa, Aaron Davidson, e outros executivos —Marin entre eles.

No pedido enviado à Justiça americana, a Conmebol diz ter sofrido “dano financeiro consideráv­el”, incluindo mais de R$ 24,4 milhões em subornos ilegais pagos diretament­e a Marin. O dinheiro, diz, deveria ter sido destinado legalmente à entidade como resultado do aumento dos preços em contratos para marketing e direitos de transmissã­o.

Também diz ter sofrido perdas por salários e benefícios pagos a Marin no período em que ele estava violando seus “deveres éticos. E fala de milhões de dólares a menos em receita que teriam ido para a confederaç­ão caso o cartola não tivesse cometido os atos de corrupção.

Já a Concacaf diz que os “conspirado­res” armaram para que o presidente da confederaç­ão, Jeffrey Webb, recebesse US$ 10 milhões (cerca de R$ 37,6 milhões) em suborno para concordar em vender direitos de transmissã­o e mídia para a Datisa. A Fifa, em seu pedido, diz que a conduta de Marin prejudicou a federação. O expresiden­te da CBF teria obtido benefícios da Fifa usando falsas alegações e que, por isso, a federação teria direito de receber o valor em benefícios que foi pago ao cartola, calculado em R$ 367,5 mil.

A CBF informou que não comentará a decisão.

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Stephen Yang - 22.dez.17/reuters O brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF, chega à corte de Nova York para audiência judicial realizada em dezembro; cartola está preso nos EUA acusado de participaç­ão em um esquema de corrupção

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