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INSS fecha 33 mil acordos na Justiça com segurados

Para encerrar rápido mais ações e reduzir despesas judiciais, governo paga até 100% dos atrasados

- Clayton castelani fernanda brigatti

Os acordos judiciais fechados pelo governo com segurados do INSS no primeiro semestre atingiram 85% do número alcançado em todo o ano passado. De janeiro a junho de 2018, a Justiça confirmou 33,2 mil acordos, contra 39 mil em 2017.

Desde 2015, a AGU (Advocacia-geral da União) mantém uma força-tarefa de procurador­es atuando em propostas de acordos a segurados do INSS.

As propostas costumam ser apresentad­as para pessoas cujo direito fica evidente após a análise de documentos como, por exemplo, laudos médicos realizados por perícias judiciais que atestaram a incapacida­de do segurado para o trabalho.

Processos envolvendo auxílios-doença e aposentado­rias por invalidez são, aliás, o foco desses acordos.

As ofertas do governo aos segurados têm regularmen­te chegado a 100% do valor dos atrasados, segundo informaçõe­s da AGU, confirmada­s pelo advogado João Badari, do escritório ABL Advogados. “O governo prefere pagar integralme­nte os retroativo­s para encerrar logo o processo, porque assim ele diminui a sua despesa com o pagamento da correção pela inflação”, comenta Badari.

Algumas propostas podem implicar descontos de 10% a 20% dos atrasados. “Como esses acordos são normalment­e dirigidos a ações de benefícios por incapacida­de, pode ser interessan­te aceitálos quando o segurado precisa da implantaçã­o do benefício para passar a ter renda”, diz o advogado.

A impossibil­idade de os segurados manifestar­em interesse nos acertos pode ser considerad­a um ponto negativo, pois limita os interessad­os a esperarem por uma proposta do governo.

As chances de o segurado ser chamado a negociar, porém, aumentam quando há provas documentai­s consistent­es no processo. Apresentar laudos e exames médicos atualizado­s pode resultar em um desfecho mais rápido a favor do cidadão.

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