Haddad muda perfil para ser escolha de Lula
Luiz Inácio Lula da Silva queria que Jaques Wagner assumisse seu lugar de candidato do PT ao Planalto quando a Justiça Eleitoral o declarasse inelegível.
Mas Fernando Haddad contou com boa dose de conveniência —Jaques não queria a vaga— e apostou no essencial: precisava deixar para trás o verniz de intelectual da USP e assumir o figurino de militante petista.
Desde de que Lula foi preso, no início de abril, Haddad executou pelo menos três movimentos que o levaram a ser escolhido por Lula como a opção mais viável: abriu canal direto com o ex-presidente ao se credenciar como advogado com livre acesso à cela em Curitiba, aproximouse de amigos de confiança do comandante e inseriu-se de vez na vida partidária.
No seu cálculo, o primeiro passo tinha que ser sutil: furar, sem grandes traumas, o bloqueio formado pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), e pelos advogados de Lula, que o visitam quase que diariamente, repassando recados e ordens para os aliados.
Haddad ainda tem um longo caminho a percorrer, dizem petistas. Não é mais a novidade de 2012 e tem o passivo da derrota em 2016, ainda no primeiro turno, para o tucano João Doria, para se estabelecer como candidato à presidência.