Clube gasta R$ 23 milhões em processos
O Palmeiras pagou, desde o meio do ano passado, mais de R$ 23 milhões por processos movidos contra o clube por ex-jogadores, parceiros e funcionários.
O time ainda pode ter mais R$ 83 milhões para desembolsar em curto prazo, também por ações que correm na Justiça, caso não consiga fazer novos acordos.
As informações estão em documento interno do clube ao qual a reportagem teve acesso. Os gastos incluem ações cíveis, movidas por empresários e advogados que cobravam luvas e honorários, e também dívidas com ex-atletas do clube por direitos de imagem e arena.
O montante é um dos principais motivos para o Palmeiras justificar, nos bastidores, a falta de grandes contratações na atual temporada, e também daqui para a frente.
Entre os pagamentos que o clube teve que fazer recentemente estão R$ 712 mil ao ex-volante Marcos Assunção.
Ele cobrava a equipe na Justiça por direitos de imagem atrasados durante o período em que defendeu o clube, de 2010 a 2012.
A dívida com Marcos Assunção fez o Palmeiras ter suas rendas penhoradas em partidas no Allianz Parque em 2015. Com o fim do processo, o clube liberou as receitas de bilheteria.
O zagueiro Lúcio recebeu mais de R$ 2 milhões por atrasos salariais e de rescisão contratual do período em que defendeu o clube, de 2014 a 2015.
A disputa judicial se arrastou por alguns anos, até o atleta vencer e conseguir receber os pagamentos. Hoje, ele defende o Brasiliense.
Outra ação em que o Palmeiras teve bastante prejuízo foi movida pela empresa Think Ball, do agente Marcelo Robalinho.
O empresário queria R$ 600 mil em comissão na contratação do atacante Dudu, hoje ídolo da equipe alviverde, além de mais de R$ 100 mil no empréstimo de Gabriel Girotto junto ao Monte Azul. No total, o Palmeiras pagou R$ 830 mil.
Outro pagamento, de R$ 1,7 milhão, foi para Claudecir, que atuou no clube no início dos anos 2000. O exvolante, hoje com 42 anos, ficou cinco anos no time alviverde, com dois empréstimos para o São Caetano.
O advogado Antonio Jurado Luque também integra a lista. Ele cobrou o clube por honorários advocatícios em 20 ações nas quais defendeu o time na Justiça. Por isso, após ingressar com processo, levou R$ 1,6 milhão.
Ainda existem outras transações que renderam dinheiro a empresários.
A empresa Rosa & Garbin levou R$ 2,4 milhões pela contratação de Thiago Treichel, em 2006 o jogador foi dispensado pelo técnico Tite por deficiência técnica, na ocasião. A mesma empresa recebeu, por Rodrigo Mancha, mais R$ 640 mil.
Agora, a diretoria vem tentando acordo com todos os que ainda processam o clube alviverde.