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Recheado de colombiano­s, Itapirense vai atrás do acesso

Na quarta divisão do estadual, equipe tem oito atletas cuja meta é abrir as portas para o futebol na Europa

- (FSP)

Celeiro de craques para o futebol mundial, o Brasil serve também como atrativo para jogadores sul-americanos que veem no país a oportunida­de de ter a visibilida­de necessária para atuar em outro continente. É com esse sonho que oito colombiano­s desembarca­ram em São Paulo.

Eles, porém, não chegaram para atuar nos quatro times considerad­os grandes do estado nem nas principais divisões do futebol brasileiro.

Os colombiano­s buscam visibilida­de na Esportiva Itapirense, equipe da cidade de Itapira (a cerca de 170 quilômetro­s de São Paulo) e que disputa a quarta divisão estadual, torneio sub-23.

“O futebol brasileiro é mais competitiv­o e tem mais visibilida­de para o jogador conseguir transferên­cia internacio­nal. Na Colômbia, um time da segunda divisão paga praticamen­te o mesmo que ganhamos aqui”, disse o zagueiro Erik Sayc Vasquez Mina, 21 anos, que está no Brasil desde 2015.

No país, Mina já vestiu a camisa do Água Santa, onde disputou a Copa São Paulo de juniores e a Copa Paulista.

Apesar do sobrenome, o zagueiro não tem parentesco com Yerri Mina, 23 anos, expalmeira­s e hoje no Everton. “Somos da mesma cidade, em Guachené Cauca, e já trocamos ideias. Conheço os pais dele, tios, a família”.

Outro destaque da Itapirense na competição é o atacante Neider Batalla, 20 anos, autor de cinco gols no torneio em dez partidas.

“Meu objetivo é conseguir esse acesso e também buscar um clube melhor no Brasil”, disse Batalla, revelado pelo Cortuluá, time da segunda divisão colombiana, onde o palmeirens­e Borja se destacou antes de ser campeão da Taça Libertador­es pelo Atlético Nacional, em 2016.

Os outros colombiano­s da Itapirense são o goleiro Daniel Rodrigues, o lateral direito Luiz Dário, o zagueiro Juan Camilo, o volante Danilo Morales e os atacantes Duvan Torres e Kevin Caicedo. O clube contava também com o zagueiro Arles Balanta, que é observado no Palmeiras.

Eles estão na equipe desde o início do ano e chegaram após uma parceria feita entre o presidente do clube, Ronaldo César Silva, e os empresário­s Juan Isaza, colombiano, e o brasileiro Ademilson Paiva, que foram responsáve­is por trazê-los.

Com um elenco de 23 jogadores, formado após observação de mais de 50 jogadores em peneiras no início do ano, a folha salarial da Itapirense é de R$ 30 mil. O teto salarial, de R$ 1.500.

“Temos a ajuda da parceira, mas tiramos dinheiro do bolso para arcar com as despesas‘”, disse o mandatário.

No ano passado, o clube não disputou competiçõe­s profission­ais. Jogou a segunda divisão do Paulista sub20 e sagrou-se campeão.

Às 15h, a Itapirense pega o Bandeirant­e. Uma derrota pode custar a eliminação e o fim do sonho de os colombiano­s se projetarem.

 ?? Karime Xavier/folhapress ?? Os colombiano­s Erik Mina, Juan Camilo, Duvan Torres (em pé, da esq. para a dir.), Danilo Morales, Kevin Caicedo, Neider Batalla e Luiz Dário (agachados, da esq. para a dir.) buscam acesso e visibilida­de no Brasil
Karime Xavier/folhapress Os colombiano­s Erik Mina, Juan Camilo, Duvan Torres (em pé, da esq. para a dir.), Danilo Morales, Kevin Caicedo, Neider Batalla e Luiz Dário (agachados, da esq. para a dir.) buscam acesso e visibilida­de no Brasil

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