1 em 4 ocupações já usa o contrato intermitente
Sistema é mais usado em cargos de baixa especialização; nova jornada está em 6% dos postos criados
Os contratos de emprego intermitentes, criados em 2017 com a reforma trabalhista, já chegaram a uma de cada quatro ocupações do mercado formal. Segundo o Ministério do Trabalho, entre abril e junho deste ano, 642 de 2.469 carreiras com movimentações de contratação e demissão aparecem nos registros do novo regime.
Dos 162 mil postos de trabalho criados entre abril e junho deste ano no país, quase dez mil —6%— foram de vagas intermitentes.
Mesmo em junho, quando o total de demissões no mercado formal ultrapassou as contratações, o saldo de movimentações de intermitentes permaneceu positivo.
O contrato intermitente não tem jornada fixa regular. O patrão chama de acordo com sua necessidade e o profissional pode atender ou não a convocação.
Embora se concentrem em cargos de baixa especialização —como vendedores, serventes e vigilantes—, as contratações de intermitentes também têm sido usadas por empresas para funções que exigem maior qualificação.
No segundo trimestre, profissionais com ensino superior incompleto ou completo ocuparam 10% das vagas geradas na modalidade, em carreiras como enfermagem, magistério e engenharia.
Segundo advogados, há muito interesse dos empregadores pelo novo regime.
O contrato intermitente é polêmico. Seus defensores argumentam que, ao facilitar o registro de temporários, contribuirá para a geração de vagas e a queda da informalidade. Já os opositores temem que os novos contratos levem ao aumento da precarização, ao facilitar a troca de admitidos nos regimes tradicionais —com jornadas de 40 a 44 horas semanais— por mão de obra flutuante. Atendente de lojas e mercados Assistente de vendas Servente de obras Vigilante Recepcionista Alimentador de linha de produção Faxineiro Garçom Soldador Mecânico de manutenção de máquinas Vendedores, serventes e faxineiros estão entre campeões de contratos flexíveis